Diário de São Paulo
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DECISÃO

Tarcísio demite PM condenado pela morte de jovem de 18 anos em blitz

Incidente ocorreu em outubro de 2008 e resultou na morte de Henrique Arnaldi durante uma blitz no Cecap, em Piracicaba

Tarcísio demite PM condenado pela morte de jovem de 18 anos em blitz - Imagem: Reprodução / G1 / Fábio Tito
Tarcísio demite PM condenado pela morte de jovem de 18 anos em blitz - Imagem: Reprodução / G1 / Fábio Tito

William Oliveira Publicado em 26/09/2024, às 12h07


O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou nesta quinta-feira (26) a demissão do segundo-tenente da Polícia Militar de São Paulo (PMSP), Renato Siqueira Neto. A medida foi tomada após Siqueira Neto ter sido condenado pela morte do jovem Henrique Arnaldi, de 18 anos, ocorrida durante uma tentativa de fuga de uma blitz de trânsito em Piracicaba (SP).

Anteriormente, em maio deste ano, o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo (TJMSP) declarou Siqueira Neto indigno e incompatível para o exercício do cargo, culminando na sua destituição após o esgotamento dos recursos judiciais.

O incidente aconteceu em outubro de 2008 e resultou na morte de Henrique Arnaldi. O jovem conduzia uma motocicleta quando se deparou com uma blitz na avenida Eurico Gaspar Dutra, no bairro Cecap. Desobedecendo à ordem de parada, Arnaldi foi atingido por três disparos nas costas efetuados por Siqueira Neto.

O primeiro julgamento do caso ocorreu em 2017, mas foi anulado posteriormente. Durante o julgamento, tanto Siqueira Neto quanto o policial militar Cesar Alves da Conceição admitiram ter disparado duas vezes cada um contra Arnaldi. Ambos alegaram legítima defesa, afirmando que o jovem havia atirado contra eles e tentado jogar a moto sobre os policiais. Após o incidente, os moradores locais reagiram com violência, agredindo os militares e depredando a viatura.

No tribunal, três testemunhas abordadas pela blitz negaram ter ouvido disparos antes que os policiais abrissem fogo contra Arnaldi. De acordo com a sentença, "a vítima foi atingida nas costas e, ao ser alvejada, estava com as duas mãos no guidão da motocicleta".

No primeiro julgamento, Renato Siqueira Neto foi condenado a seis anos de reclusão em regime semiaberto, enquanto Cesar Alves da Conceição foi absolvido.

Em 2019, após recurso do Ministério Público de São Paulo (MPSP), um novo júri popular foi realizado. Nesse segundo julgamento, Siqueira Neto recebeu novamente a sentença de seis anos de prisão e Conceição foi condenado a cinco anos, ambos pelo crime de homicídio simples.

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