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Santos avalia técnicos para o lugar de Cuca, mas crise financeira e desafios podem atrapalhar busca

A diretoria do Santos intensificou nos últimos dias a procura por um técnico para a vaga que muito provavelmente será deixada por Cuca após o Campeonato

Santos
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Redação Publicado em 09/02/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h03


A diretoria do Santos intensificou nos últimos dias a procura por um técnico para a vaga que muito provavelmente será deixada por Cuca após o Campeonato Brasileiro. Em fim de contrato, o atual treinador tem saída considerada iminente.

Dentre os nomes cogitados, um que ganhou força foi o de Tiago Nunes, ex-Corinthians. O Santos, porém, avalia diversos profissionais – ao menos cinco – no mercado e tenta filtrar as opções que mais agradam e se ajustem às condições financeiras do clube. Um deles foi o argentino Hernán Crespo, cotado para assumir o São Paulo e descartado após a alta pedida salarial.

O presidente Andres Rueda, junto com José Renato Quaresma, membro do Comitê de Gestão responsável pelo futebol, e Jorge Andrade, gerente, centralizam a procura por um novo comandante. O último, inclusive, trabalhou (e tem boa relação) com Tiago Nunes no Athletico.

Os desafios do futuro técnico do Santos – se a provável saída de Cuca se concretizar – não serão poucos. Pelo contrário.

A grave crise financeira e os diversos problemas administrativos do Santos prometem dificultar ainda mais a busca do clube. Punido pela Fifa por dívidas com outros clubes, o Peixe está impedido de contratar reforços há meses e acumula pendências com o elenco.

Esportivamente, há a possibilidade de mais jogadores do elenco serem negociados, um claro movimento de priorizar as finanças. Recentemente, o Santos perdeu Lucas Veríssimo e Diego Pituca para Benfica e Kashima Antlers, respectivamente. Os dois titulares eram absolutos e pilares do time.

Andres Rueda, presidente do Santos — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Andres Rueda, presidente do Santos — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Tudo isso foi destacado por Cuca em entrevista no último sábado, quando indicou que não deve permanecer no Santos na próxima temporada.

– O Santos, hoje, vive problemas seríssimos e gravíssimos. O que acontece? Duas ou três punições da Fifa para serem pagas. Dívidas com jogadores para serem pagas e não há receitas. Qual a receita? Vender jogadores. Lucas Veríssimo, Diego Pituca, daqui a pouco mais um e não dá conta, tem que vender dois. E não dá para contratar, para pagar contas, salários e transfer ban – declarou.

– A próxima temporada é de arrumar a casa, como falei. E não se arruma a casa colocando móveis, mas a estrutura, que não está nada legal. O Santos tem que competir com São Paulo, Corinthians, Palmeiras. Não se pode perder enquanto arruma a casa. Derrotas têm consequência para treinador e emocional dos meninos. Vento a favor é uma coisa, contra é outra. Temos que pensar com carinho, com cuidado– concluiu Cuca.

Cuca, técnico do Santos, no jogo contra o Grêmio — Foto: PEDRO H. TESCH/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Cuca, técnico do Santos, no jogo contra o Grêmio — Foto: PEDRO H. TESCH/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Independentemente das cobranças recentes dos torcedores, Cuca se fechou com o elenco e guiou o Santos à final da Libertadores mesmo com todos esses problemas. Uma pressão a mais para o possível sucessor.

Nas primeiras avaliações do Santos, não houve uma preferência por treinadores brasileiros ou estrangeiros. O ponto considerado primordial na busca é o uso da base, já que o clube não pode se reforçar neste momento. O clube também busca um técnico com perfil ofensivo, característica admirada por grande parte dos torcedores.

A ideia da diretoria do Santos é não perder tempo para o planejamento da próxima temporada, que começa já no fim deste mês. A tendência é que Cuca siga à frente do Peixe nos últimos quatro jogos do Brasileirão, contra Coritiba, Corinthians, Fluminense e Bahia.

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Fonte: GE – Globo Esporte.

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