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Pedro Scooby festeja tubo gigante em Nazaré: “Histórico”

Já faz um tempo que o mar de Nazaré não assusta Pedro Scooby. Um dos pioneiros a explorar as ondas gigantes da cidade no litoral português, o surfista

Pedro Scooby festeja tubo gigante em Nazaré: “Histórico”
Pedro Scooby festeja tubo gigante em Nazaré: “Histórico”

Redação Publicado em 14/12/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h06


Segundo colocado na classificação geral, surfista brasileiro levou a maior nota e o prêmio de destaque da competição no Nazaré Tow Surfing Challenge. Confira o vídeo das ondas

Já faz um tempo que o mar de Nazaré não assusta Pedro Scooby. Um dos pioneiros a explorar as ondas gigantes da cidade no litoral português, o surfista brasileiro conhece de cor todos os detalhes da maré. Na última segunda, porém, alcançou um feito e tanto ao surfar aquele que tem sido encarado como o maior tubo da história dali. Dono da maior nota do Nazaré Tow Surfing Challenge, um 9,50, acabou com o segundo lugar, mas feliz com a marca.

Brasileiro Lucas Chumbo vence campeonato de ondas gigantes

– Eu já peguei tubo em Nazaré, mas nenhum parecido com esse. As pessoas estão falando desde ontem que foi o maior tubo já visto em Nazaré. Fiquei satisfeito com meu tubo. Não estava ali com cabeça de competição. Queria pegar altas ondas e me divertir. E acabei fazendo um feito histórico. Alguém pode bater amanhã, fazer igual no próximo swell, mas até agora ninguém fez – disse o surfista, em entrevista por vídeo.

Pedro Scooby em ação em Nazaré — Foto: Divulgação

Pedro Scooby em ação em Nazaré — Foto: Divulgação

A disputa em Nazaré é feita por duplas. Scooby competiu ao lado do português Nic von Rupp. Chegou a liderar boa parte da competição, mas foi superado no fim pelo também brasileiro Lucas Chumbo. O surfista ainda contestou a onda final, que poderia ter garantido o título, mas se disse satisfeito com o “Commitment Award”, prêmio dado ao destaque do dia.

– Fiquei praticamente o campeonato todo em primeiro lugar. Quando chegou no final, meu parceiro estava com notas baixas. Falei com ele que ele poderia ficar o tempo que quiser para fazer as notas porque eu conseguiria fazer um 4,20 de boa. Eu tenho muita confiança em Nazaré. É um esporte que se faz em dupla, queria que ele ficasse grande também. Não adiantava só eu e ele não. No fim, faltando dez minutos, peguei minha onda, que foi duvidosa. E não me deram 4,20. Surfei, fiz a manobra, mas entenderam que não valia. Tudo bem. Então me deram o prêmio, que é para o destaque do dia. E eu fiquei feliz do mesmo jeito. Fiquei amarradão. Não tenho essa gana de competição. Estava ali pela parceria que tenho com o Nic.

Com a explosão de Nazaré nos últimos anos, Scooby tem surfado no local apenas em grandes competições. O brasileiro se firmou como um dos maiores nomes das ondas gigantes já há algum tempo. Até por isso, diz ter surfado em todos os principais pontos do mundo. Por conhecer bem o esporte, Scooby tem preferido apostar nas ondas que se sente melhor.

– Nazaré já cresceu tanto, ficou tão grande, que é um lugar que eu já vou pouco, por mais que eu more em Portugal. É uma loucura a quantidade de pessoas dentro d’água, eu já não gosto. Eu não sou o cara mais “preparado”. A galera fica treinando a temporada toda, trabalhando o preparo físico todos os dias. Eu não sou esse cara. Mas eu tenho duas coisas. Uma é algo que Deus me deu, que é o talento e eu soube aproveitar. E a outra é o psicológico muito bom. Na onda gigante, o psicológico conta muito. Então, consigo unir essas duas coisas e canalizar a energia para quando é necessário. Pessoas que acompanham me perguntam: “Por que você não estava treinando?”. Porque eu não quero. Prefiro ficar em casa. Quero surfar em outros lugares, ficar mais tranquilo. E canalizo minha energia para esses dias.

Scooby mora em Cascais, cidade litorânea perto de Lisboa. Nesta semana, vai acompanhar o filho, Dom, em uma competição de skate antes de viajar para passar as festas de fim de ano no Brasil. Os planos ainda são incertos, mas uma ida ao Havaí é um caminho provável.

– Portugal tem muita onda. Esse ano quero voltar, talvez na segunda parte da temporada, para o Havaí. Eu não estou velho, estou com 33. Mas comecei a pegar ondas gigantes muito novo. Já fui para todos os lugares. Até os mais inóspitos. Não tem um lugar que eu queira explorar. Fico aqui e, se tem um swell em tal lugar, eu vou. Fico mais treinando em casa, Portugal tem altas ondas. Vou para onde me dá mais prazer.

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Globo Esporte

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