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Jackie Silva vê machismo no caso Carol Solberg e defende trans no esporte: “Antes Tiffany que Ana Paula”

Coragem e sinceridade sempre foram dois adjetivos que acompanharam a história de Jackie Silva. Mesmo quem discorda dela reconhece esses atributos. E não seria

Jackie Silva
Jackie Silva

Redação Publicado em 10/03/2021, às 00h00 - Atualizado às 18h43


No podcast “Na Rede com Nalbert”, campeã olímpica de vôlei de praia bate um papo com Sandra Pires, Fabi e Nalbert

Coragem e sinceridade sempre foram dois adjetivos que acompanharam a história de Jackie Silva. Mesmo quem discorda dela reconhece esses atributos. E não seria diferente no bate-papo realizado no podcast “Na Rede com Nalbert”, em que participaram também Sandra Pires e Fabi. O programa voltado para a semana do Dia Internacional da Mulher (8 de março) juntou as três campeãs olímpicas para falar sobre suas carreiras, contarem histórias e abordar assuntos envolvendo mulheres. Um deles, o caso Carol Solberg, que fez uma manifestação pedindo a saída do presidente Jair Bolsonaro e acabou sendo advertida pela Confederação Brasileira de Vôlei. Para Jaqueline, houve machismo no caso e ainda uma falta de percepção estratégica da CBV.

– Eu achei que ela falou e pronto, tava falado. Eu achei a confederação muito ingênua. A Carol é o negócio da CBV. O vôlei de praia é o negócio. E o negócio que todo mundo ganha dinheiro. Então você não pega a Carol e joga aos leões. Pelo contrário. Eles ficaram com medo. Medo de quê? De perder a marca? Qual o problema? Quem é maior, a marca ou o esporte? Saíram, pensaram e mandaram aos leões. Passa adiante, vamos embora. Fala com a Carol ou abre um espaço para quem quiser falar. Quem tem medo é quem não sabe o valor que tem as coisas. Aí volta a questão da mulher. Ela, mulher, fez isso, os homens, quando fizeram ao contrário, não aconteceu nada. E são homens sempre que estão apontando. Demorou muito, foi muita confusão. Besteira. Aquilo não era nada – disse Jaqueline.

– É muito difícil a gente dizer que esporte e política não se misturam. Viver é político. Como assim não se mistura? Esse discurso muitas vezes nos afastava desse lugar, de participar das decisões. Por que não? No dia 1 de março assumiu como CEO da CBV a Adriana Behar. E isso é muito importante – falou Fabi.

Trans no esporte

Outro assunto abordado no papo foi a presença de transexuais no vôlei. Para as três, é preciso incluir todas as pessoas no mundo do esporte. Jaque ainda aproveitou para alfinetar Ana Paula, ex-jogadora que costuma se posicionar sobre o tema e participou do programa Grande Círculo, do SporTV, em 2019.

– Isso aí é evolução da humanidade para mim. Vejo um lugar muito interessante, que bom que o vôlei abriu essa oportunidade. Espero que continue. Você pode olhar para todo lugar. Não faz o mundinho do esporte o mundinho perfeito, porque não é perfeito. É melhor Tifanny que Ana Paula – falou Jackie.

– Tem que aprender a lidar com tudo. É uma evolução mesmo. E tá acontecendo o que tem que acontecer. A gente tem que ver como vai encarar. E quem aprende a lidar, ganha com isso. O vôlei ganha se aprender a lidar com isso – completou Sandra

– Vou ao encontro do que a Jackie falou. Os transexuais tem que estar no vôlei e onde eles quiserem. É um assunto que gera um debate, gera uma discussão. Acho muito importante ter discussão. Adoro quando as pessoas discordam para a gente poder ouvir e ponderar – analisa Fabi.

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Fonte: G1 – Globo.

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