Gustavo Scarpa poderia ter encerrado 2020 em algum clube do exterior, mas o enredo com a camisa do Palmeiras surpreendeu até o atleta. Depois de iniciar a
Redação Publicado em 04/02/2021, às 00h00 - Atualizado às 16h37
Gustavo Scarpa poderia ter encerrado 2020 em algum clube do exterior, mas o enredo com a camisa do Palmeiras surpreendeu até o atleta. Depois de iniciar a temporada em baixa, pouco aproveitado, o meia-atacante, agora também opção na lateral, recuperou espaço com Abel Ferreira e foi importante na conquista da Libertadores.
A consequência é que Scarpa chega ao Catar em outro patamar: como um jogador que poderá ter participação mais ativa no Mundial.
– Joguei contra o Ceará, fui bem, acho que o jogo seguinte foi contra o Fluminense, a gente ganhou e fui bem na lateral, mas aí peguei Covid de novo. Fiquei um tempo fora, voltei contra o Athletico e consegui ser titular de novo. Nesse jogo eu falei: “Estou voltando a ser jogador de novo, voltando a me sentir importante” – lembrou.
– Em um elenco com um número grande de jogadores talentosos, é difícil fazer com que todos se sintam importantes. Eu não vinha me sentindo durante o ano inteiro praticamente, e voltar a ter esse sentimento é legal. Esses momentos difíceis fortalecem, foi uma experiência ruim, mas depois que acaba você olha para trás e só agradece.
Gustavo Scarpa, do Palmeiras — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras
Elogiado por Abel Ferreira, Scarpa teve sequência na lateral esquerda, mas também foi utilizado no sistema ofensivo. O meia marcou contra o Libertad, no Allianz Parque, e teve boa participação na vitória por 3 a 0 contra o River Plate, na Argentina.
Agora, o desafio é o Mundial de Clubes da Fifa. A estreia palmeirense na semifinal do torneio será contra o Tigres, do México, no próximo domingo, um dia antes do primeiro jogo do Bayern de Munique, da Alemanha.
– Estou muito confiante na nossa equipe. Teremos muitas dificuldades já na primeira partida. A gente precisa confiar na nossa equipe, no nosso grupo. A gente está num momento legal e vai com força para tentar conquistar esse título tão sonhado.
– É muito irado pensar (sobre a possibilidade de enfrentar o Bayern), é a realização de um sonho se imaginar jogando contra uma equipe tão forte. O Lewandowski, além de ter sido eleito agora o melhor do mundo, tem uns três ou quatro anos que vem fazendo coisas surreais. Para nós, é gratificante só de pensar em ter essa oportunidade. Mas pé no chão, porque temos uma semifinal para jogar. Não adianta pensar no Bayern. A equipe está preparada. Certeza que a gente pode apresentar um grande futebol. Sonhar não custa nada.
Temporada de 2020
– Foi um ano muito maluco, temporada corrida demais. Eu realmente quase saí algumas vezes, fiquei encostado um bom tempo aqui no Palmeiras, até a chegada do Abel. Foi um ano diferente, difícil, mas graças a Deus consegui permanecer com a cabeça boa. As oportunidades voltaram a aparecer, consegui aproveitá-las em diferentes posições, pude ajudar a equipe de diferentes formas. Fico feliz com isso, mas não podemos nos empolgar, porque temos ainda grandes competições e grandes títulos para buscar. Espero que a gente consiga.
A chegada de Abel ao clube
– A chegada do Abel foi muito boa não só para mim, mas para a equipe de uma forma geral. Ele trouxe um estilo de jogo um pouco diferente do que estávamos acostumados. Quando chega um novo treinador, a galera acaba se animando um pouco mais. Foi crucial para que a gente pudesse vencer os jogos com autoridade, chegar às finais que chegamos e ganhar a Libertadores.
Jogar como lateral
– É difícil quando chega a notícia de que você vai ser utilizado em uma posição completamente diferente da que você está acostumado. Tem um choque no momento, mas recebi bem, apesar deste sentimento. Vi como uma grande oportunidade. Fui bem e gostei de jogar de lateral, o estilo de jogo e a estratégia do Abel, ele veio conversar comigo, explanei isso para ele. Foi divertido esse momento. O legal é que agora, se precisar, ele sabe que estou disponível e gostei. A gente precisa se adaptar em prol da equipe.
Trabalho com a nova comissão
– (Abel) É um cara muito verdadeiro. Valoriza todos os jogadores e procura sempre ajudar com suas frases e discursos. A comissão passa a mesma visão de jogo, todos têm o mesmo pensamento e falam literalmente o mesmo idioma. Dá para ver que eles são muito entrosados, isso facilita no nosso dia a dia.
Recuperação da Covid
– A primeira foi tranquila, estava no começo, levei numa boa e estava sem sintoma nenhum. Na segunda, tive alguns sintomas. Não que tenha ficado preocupado, mas eu, pelo menos, penso mais nas pessoas ao meu redor do que em mim mesmo. Eu pensei: “Sei que vai passar daqui uns dias, sou saudável, graças a Deus”, mas preocupação pelo meu pai, pelo meu avô, se eles poderiam pegar de mim de alguma forma mesmo sem ter contato. Aí pensa se acontecer algo fatal com alguém próximo de mim, se sentir culpado. O pior foi isso, mas passou. Me recuperei bem, voltei e consegui jogar direto.
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