Eduard Atuesta ainda vive seu início de trajetória no Palmeiras. Aos poucos, o colombiano tenta se adaptar ao estilo de jogo do Verdão e ao futebol brasileiro
Redação Publicado em 20/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 15h43
Eduard Atuesta ainda vive seu início de trajetória no Palmeiras. Aos poucos, o colombiano tenta se adaptar ao estilo de jogo do Verdão e ao futebol brasileiro após quatro anos atuando nos Estados Unidos, com a camisa do Los Angeles FC.
Neste domingo, às 16h, contra o Bragantino, pelo Paulistão, ele deve ter mais uma chance como titular da equipe comandada por Abel Ferreira. Se o jogo não importa muito para o líder e classificado Palmeiras, para Atuesta cada partida é uma nova chance de crescer dentro do clube.
O colombiano admite que ainda tem sentido as diferenças entre o futebol dos Estados Unidos em relação ao praticado no Brasil. Para tentar acelerar o processo de adaptação, tem utilizado os estudos, com vídeos e análises das partidas, algo comum em sua carreira.
– Eu penso que tudo que soma, que ajuda para ser melhor e ganhar, você tem que tentar fazer. Se você não faz isso, o rival vai fazer. E se ele faz, e você perde, vai ser arrependimento. Penso que se perde, mas deu seu 100%, pode ficar tranquilo. Mas se perco e não faço isso, crio um problema comigo mesmo como pessoa – disse.
Nessa entrevista exclusiva ao ge, Atuesta também falou sobre sua vida fora de campo. No Brasil, a rotina puxada de jogos e treinos o impede de aproveitar muita coisa. O que mais faz é ficar em casa ao lado da esposa, Daniela, e do filho Matías, de apenas quatro meses.
Por enquanto, a grande descoberta é a feijoada brasileira, comida que faz o meio-campista se sentir mais próximo da Colômbia.
Mas ele também falou muito sobre como era conviver no dia a dia com os astros do cinema de Hollywood em situações normais em Los Angeles. Jantar ao lado de nomes como Jamie Foxx era algo comum para o jogador.
Confira abaixo a entrevista completa com Atuesta:
Como você avalia seu início no Palmeiras?
– Muito bom, estou muito feliz, sinto que é um começo com muita alegria, muita emoção. É estranho, em muito pouco tempo tive que jogar um Mundial, uma Recopa, e tudo em muito pouco tempo de clube. A preparação teve que ser muito complexa e muito boa para enfrentar isso. A ideia é superar o que a equipe já havia feito, era a minha ideia desde que cheguei aqui.
Como está sua adaptação ao Brasil?
– Foi muito difícil, eu tive que viajar no dia 1º de janeiro, vim com minha esposa e meu filho, de dois meses, 25 malas, tive que vir dos EUA para cá com todas as malas, a família, meus pais, todos no hotel. Não tinha ninguém nas ruas, era como uma cidade fantasma, foi um pouco complicado, tudo fechado. Mas é normal, 1º de janeiro é assim em qualquer lugar do mundo. Cheguei dois dias antes de começar a pré-temporada, pude começar a trabalhar antes, isso me ajudou a estar mais pronto no começo. E a partir daí, conhecer o trabalho, os treinadores, o tipo de bola diferente, os campos diferentes, os companheiros novos, um sistema tático diferente, é algo muito difícil, principalmente no começo. Mas é muito bom estar no melhor time, com os melhores jogadores e técnicos. O desafio é grande, e eu tenho que trabalhar ao máximo para estar à altura de desafios como esse.
Tem sentido muita diferença do futebol dos Estados Unidos?
– Sim, é muito diferente. O jogo na MLS é mais rápido, mas não é muito tático, aqui a proposta de muitos times depende de jogar em casa ou fora, defende mais baixo ou não… É mais lento, mas em um time como o Palmeiras, ainda mais em posições como no meio, tem menos espaço. O jogo é mais lento. Nos EUA, é mais rápido e mais aberto. Fisicamente, é mais intenso, mas não tão tático como aqui. A qualidade técnica aqui é uma diferença importante. Futebol tem que aprender rápido, sentir as diferenças. Não é que aqui ou na Europa é mais difícil. Quanto mais rápido entende as diferenças e passa por elas, é a virtude do jogador. O bom que o jogador tem é quando consegue isso de uma maneira mais rápida.
Quando você chegou, disse que havia pedido os vídeos dos jogos para estudar o Palmeiras. Comparando seus estudos com a realidade, é da maneira que você imaginava ou tem muita diferença?
– Eu lembro que vi os últimos oito ou dez jogos, mas muitos de Libertadores, jogando fora de casa, semifinal, enfim… Me deu uma ideia de como é taticamente o jogo do time, mas não é igual, tudo é diferente, a cada partida. Se eu vi o jogo contra o Atlético-MG ou contra o São Paulo na Libertadores, não é igual como jogar os jogos no interior no Paulista ou contra o Chelsea. É totalmente diferente. Me ajudou muito a ver como joga cada jogador, que características têm, mas tudo está no campo, e as partidas vão me mostrando o que faz o atacante ou como joga o defensor, como pode jogar o meu goleiro avançado… Essas coisas são no campo, cada dia é mais fácil para mim, me sinto com mais confiança para receber um passe, dar o passe, identifico como joga cada um.
Você se considera um estudioso do futebol? Como você estuda?
– Vejo os vídeos dos adversários para conhecer como eles jogam, muitas vezes repito as partidas que jogamos, as que joguei e as que não joguei também. Tudo isso ajuda a melhorar. Hoje em dia temos tecnologia como ajuda e temos que usar.
Você se sente em evolução no Palmeiras e mais adaptado às novidades? Como tem se sentido dentro de campo também?
– Não posso ser o mesmo jogador hoje que no primeiro jogo que fiz. Estou melhorando, com ritmo de jogo, isso faz diferença. Mas nos EUA eu jogava como o número 5, às vezes como 8, como na seleção olímpica. Mas nos EUA sempre de 5, sem fazer as outras funções no meio. Uma virtude do Palmeiras é que se você vê os meio-campistas, um dia posso jogar de 5 e fazemos as coisas bem, outro dia posso jogar de 8, com Danilo de 5, e as coisas saem bem. Outro dia eu e Jailson podemos jogar juntos e tudo vai bem. Tudo depende do que precisamos fazer para ganhar. Muitas vezes nosso jogo não será muito vistoso, mas temos que ajudar o time. Se tenho que jogar de centro para a direita, e correr mais sem a bola, tenho que fazer para o time ganhar. É nossa cultura e estou aprendendo rapidamente. Na Recopa, os quatro meio-campistas foram muito determinantes. O time todo foi muito bem, mas uma fortaleza nossa é que os quatro ou cinco do meio estávamos muito bem.
Como tem sido sua relação com o Abel Ferreira? Tem sido muito diferente trabalhar com ele?
– Trabalhei com Bob Bradley, aprendi muito com ele. É diferente de qualquer outro técnico americano. Ele gostava sempre da bola no chão, jogando bem, saindo de trás. Todos os dias a gente via vídeos do Manchester City e do Barcelona para tentar identificar isso, e conseguimos coisas muito boas para o time e para a Liga. Aprendi muito. Por isso jogava de 5, tinha o controle de tudo com o Bob. Aprendi a cultura ganhadora, entender os momentos do jogo, a intensidade, identificar e ler os momentos. E sigo aprendendo. Tenho muito pouco tempo, espero tirar muito mais proveito do que até agora. Sinto que posso somar muitas coisas dele e da comissão, que é muito bem preparada.
Saindo um pouco do futebol, conta um pouco do que você gosta de fazer fora de campo com a sua família… Tem conseguido aproveitar a vida em São Paulo?
– (Risos) Aqui jogamos a cada três dias, não temos muito tempo. Meu tempo livre é para vir em casa e estar com minha esposa e meu filho, tento aproveitar isso ao máximo. Até agora não tive tempo de sair e conhecer a cidade. Estou focado em jogar e ganhar, principalmente neste começo. Tivemos dois títulos em jogo, tínhamos que estar muito focados. Esse ano teremos muitos jogos, vou ficar em casa com a família, ver alguma série em português para aprender mais rápido o idioma (risos). Peço muita comida, eu gosto muito da feijoada, peço muito com a minha esposa.
Você já conhecia a feijoada ou conheceu aqui?
– Na Colômbia comemos muito, mas é diferente. Gosto das duas (risos). É bom, porque venho dos EUA, aqui é muito parecido com a Colômbia, então estou desfrutando da comida, das frutas, aqui é top.
E como era sua vida nos Estados Unidos? Você morou por vários anos em Los Angeles, um lugar que todo mundo tem uma imagem de uma vida cheia de estrelas e celebridades pela cidade…
– É uma cidade muito linda, para morar é espetacular. Você joga no sábado e no domingo pode ir ver os Lakers ou ver os Dodgers, no beisebol. Muitas celebridades por todos os lados. Mas quando recebi a proposta do Palmeiras, para mim era inevitável dizer que queria fazer parte do clube. Tive outras opções, mas eu coloquei na cabeça que eu queria mais o Palmeiras. A ideia é ser o melhor. Para isso, eu pensava que tinha que estar com os melhores, e os melhores e campeões estão aqui. Sabia que ia ser difícil, não é fácil chegar a um time campeão, se manter campeão é mais difícil. É como a montanha. É fácil ir subindo a montanha, mas quanto está lá em cima, o mais provável é que caia, já que não tem para onde escalar. O desafio é superar o ano passado e até agora, com o Mundial, o título da Recopa, vamos superando o que fizeram ano passado. A ideia é essa.
Você ia muito ver jogos de basquete e beisebol? Você gostava de acompanhar esses esportes de perto?
– Sim, eu morava a duas ruas do ginásio dos Lakers e dos Clippers. Era inevitável, tinha que assistir. É um jogo diferente, os americanos sabem como vender o jogo.
Para quais times de Los Angeles você torcia?
– Torcia para os Lakers. No futebol americano, para o Los Angeles Rams, que são os atuais campeões. No Beisebol, para o Los Angeles Dodgers. Os donos do time que eu jogava são os mesmos donos do Dodgers e do Golden State Warriors. Aí eu tinha que torcer pros Dodgers (risos).
Nessa vida de morar em Los Angeles e conviver com os astros do cinema, teve algum que você viu de perto e ficou impressionado e te chamou muita atenção?
– Um dos donos do meu time é o Will Ferrell, que é muito famoso por lá. O Magic Johnson também é um dos donos. Mas você está lá jantando, aí você vê passando na frente da mesa o Jamie Foxx, Ludacris, as irmãs Kardashians… As pessoas lá são tranquilas, pode ver as celebridades em qualquer lugar e não está todo mundo pedindo foto ou em cima deles. Estão acostumados (risos). Na Colômbia, se sai na rua, todo mundo vai atrás e faz algo. Imagino que aqui seja assim também.
Como tem sido a relação com a torcida do Palmeiras, ainda mais para quem jogou tantos anos na MLS, que tem uma relação diferente com o torcedor?
– Aqui é muito parecido com a Colômbia. O bom é que em Los Angeles a maioria era de latinos, então era muito passional, como aqui. Mas estávamos jogando o Mundial e parecia um jogo aqui em São Paulo. Era impressionante. Até os jogadores e técnicos do Chelsea falaram da nossa torcida, isso é uma honra para nós também. É algo muito emocionante, muito bonito. Seja no Allianz, no Mundial, muitos quilômetros de distância, jogamos em casa em todos os lugares. Isso é muito bonito e espero ver isso em todo o tempo que eu estiver aqui. Esperamos ser felizes como família Palmeiras.
Você sempre jogou como camisa 5 na Colômbia? Como foi seu desenvolvimento no meio de campo?
– Eu sempre joguei como o camisa 10 ou o camisa 8. Na base, era sempre o 8. Conheço a posição de jogar mais à frente, me sinto bem jogando ali. Mas nos Estados Unidos sempre fui o número 5. Aqui tenho que me adaptar, voltar a me sentir cômodo recebendo em outro lugar no campo, é diferente. Isso muda tudo. Mas é um desafio muito bom, vamos melhorando a cada dia. Me sinto muito bem por isso. Os números medem qualquer coisa. Nós somos medidos por isso, a ideia é sempre ter bons números em campo.
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GE
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