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Sexo

13% das pessoas preferem trair do que ter relacionamento não-monogâmico

Em levantamento feito por um site de relacionamentos extraconjugais, 13% das pessoas preferem ser infiéis e trair seus parceiros ao ter relacionamento aberto

Em levantamento feito por um site de relacionamentos extraconjugais, 13% das pessoas preferem ser infiéis e trair seus parceiros ao ter relacionamento aberto - Imagem: Reprodução/Freepik
Em levantamento feito por um site de relacionamentos extraconjugais, 13% das pessoas preferem ser infiéis e trair seus parceiros ao ter relacionamento aberto - Imagem: Reprodução/Freepik

Ana Rodrigues Publicado em 23/11/2023, às 11h48


Se você tivesse a opção, o que escolheria, viver um relacionamento não-monogâmico ou trair seu(a) parceiro(a) dentro de um relacionamento monogâmico? Ainda que, essa resposta pareça um tanto óbvia e intuitiva, há quem prefirar trair do que viver um amor livre.

Segundo a Metrópoles, de acordo com um levantamento feito pelo site de relacionamentos extraconjugais Gleeden, 13% das pessoas preferem ser infiéis em uma relação monogâmica do que tentar viver uma dinâmica mais liberal de relacionamento.

Ainda segundo a pesquisa - realizada entre os usuários da plataforma -, os motivos para isso seriam alguns. Enquanto 44% das pessoas não querem que seus parceiros fiquem com mais ninguém (apesar de eles mesmos ficarem), 30% acha melhor não saber que o parceiro se relaciona com outras pessoas e 24% tem medo de perder o companheiro.

O fato é que, a sociedade que prega o falso moralismo, onde muitas pessoas - principalmente homens heterossexuais - sentem dificuldade em lidar com a liberdade sexual da parceira, ao mesmo tempo em que valorizam e querem exercer a sua.

A monogamia sempre foi muito feminina e, agora, está cada vez mais nítido que as mulheres estão discutindo e questionando a sexualidade e querem essa abertura do relacionamento", explicou a sexóloga Carolina Freitas.

Já existe o entendimento que, evolutivamente, o ser humano não é monogâmico. Contudo, a monogamia foi implantada na sociedade primeiramente com o viés da propriedade privada. No livro Amor na Vitrine, Regina Navarro explicou que, com a descoberta de que o homem fazia parte da fecundação, surgiu a ideia de "herdeiro".

Assim, a mulher passou a ser "propriedade do homem", uma vez que eles sempre puderam ter filhos fora do casamento, mas tinham medo de que suas esposas dessem à luz filhos de outro homem e estes recebessem suas heranças. Nesse momento, a mulher passa a viver uma monogamia forçada.

No que diz respeito a desejo sexual, é importante ressaltar que seres humanos são biopsicossociais. O que significa que, o tesão acontece nos prismas biológicos, psicológicos e sociais. Biologicamente, o desejo é um impulso que pode ou não ter sua manifestação barrada por processos psíquicos e culturais.

A monogamia nos impõe a seleção de um parceiro sexual e um acordo de exclusividade. Contudo, prometer não transar com outras pessoas não garante que não existirá o desejo sexual por outras pessoas", explicou a terapeuta sexual Lorena Muniz.

Cientes disso, muitos casais decidem abraçar essa realidade, sabendo que o sentimento existente na relação a dois, independe do desejo sexual sentido ou até mesmo o vivido com outras pessoas. Mas tem que se ressaltar que, de forma mais abrangente, a não-monogamia trata não só do aspecto sexual, mas também do afetivo.

Muita gente acha que a não monogamia é só sobre poder ficar e transar com outras pessoas, e isso é uma visão muito limitada. A não monogamia, além de uma escolha afetiva e sexual, é uma escolha política. Diz respeito a valores muito maiores, quebrar a ideia de posse e entender que não somos donos dos desejos e da individualidade do parceiro e nem de ninguém", explicou a especialista em sexualidade positiva Lua Menezes.
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