O dólar sobe nesta sexta-feira (17), no terceiro dia consecutivo de alta, diante da incerteza com as eleições e as tensões no exterior.
Redação Publicado em 17/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 15h42
O dólar sobe nesta sexta-feira (17), no terceiro dia consecutivo de alta, diante da incerteza com as eleições e as tensões no exterior.
Às 14h16 moeda norte-americana avançava 0,85%, vendida a R$ 3,9362. Na máxima até agora, chegou a R$ 3,9528.
O dólar não atingia esse valor durante as negociações diárias desde 6 julho, segundo o Valor Pro, e não fecha acima de R$ 3,94 desde março de 2016. Já o valor máximo de fechamento neste ano foi de R$ 3,932, atingido em 5 julho.
No dia anterior, o dólar subiu 0,09%, a R$ 3,9032.
Já o dólar turismo era negociado perto de R$ 4,10, sem considerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Os investidores continuam monitorando a campanha eleitoral, que começou na quinta-feira (16). Eles temem que um candidato considerado menos comprometido com o ajuste fiscal desponte na corrida à Presidência.
“O mercado tem dúvidas que outros candidatos tenham condição de fazer reformas, o que gera mau humor”, afirmou à Reuters a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Fernanda Consorte, acrescentando que a propaganda em rádio e TV, quando começar, será muito importante.
No cenário externo, a lira turca recuou cerca de 4%, após uma breve recuperação, depois que um tribunal da Turquia rejeitou o recurso de libertação do pastor cristão norte-americano Andrew Brunson, acusado de terrorismo, um dia após os Estados Unidos alertarem para novas sanções a menos que Ancara abrisse mão do detido.
Brunson é um dos desafetos do presidente do país, Tayyip Erdogan, e está preso desde 2016, quando uma onda repressora varreu o país após uma tentativa de golpe contra o estado turco. O pastor é um dos pivôs da piora nas relações entre Turquia e EUA: o governo Trump considera que as acusações contra ele são falsas e que, na verdade, representam uma perseguição à fé cristã e vem impondo restrições comerciais ao país – que são retaliadas pelo outro lado.
Aliada à dependência da Turquia de capital estrangeiro, a crise política já fez com que a lira perdesse mais de 40% do seu valor frente ao dólar em 2018, pela preocupação dos investidores sobre a influência do presidente turco, Tayyip Erdogan, sobre a política monetária. Erdogan, um autodenominado “inimigo das taxas de juros”, quer reduzir os juros apesar da alta inflação. Essa desvalorização tem provocado reflexos em moedas de diversos países emergentes.
A crise da lira intensificou as preocupações sobre a economia em geral, particularmente sobre a dependência da Turquia das importações de energia e sobre a possibilidade dos níveis de dívida em moeda estrangeira representarem um risco para o setor bancário.
Apesar da sequência de altas, a expectativa do mercado é de que o dólar termine o ano cotado a R$ 3,70, segundo o último boletim Focus divulgado pelo Banco Central.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 3,12 bilhões do total de US$ 5,255 bilhões que vence em setembro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral, destaca a Reuters.
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