Dados revelam que o setor varejista é responsável por um quarto dos pedidos de recuperação judicial em 2023, gerando preocupações para a indústria
Marina Roveda Publicado em 26/06/2023, às 08h45
Nos últimos meses, o varejo brasileiro tem enfrentado uma crise significativa, agravada pela queda do poder de compra da população. Essa situação alarmante traz consigo uma preocupação adicional: o possível impacto negativo na indústria, setor responsável por 20% de toda a produção nacional.
Uma das principais fontes de preocupação é o elevado número de pedidos de recuperação judicial apresentados pelo comércio. Somente no primeiro quadrimestre deste ano, foram registradas 99 solicitações, representando um quarto de todos os pedidos efetivados nesse período. Dentre esses pedidos, 71 foram aprovados pela Justiça, de acordo com dados do Serasa Experian. Apenas o setor de serviços registrou um número maior de pedidos (164) e deferimentos (143) no mesmo período.
Denis Medina, economista e professor da FAC-SP (Faculdade do Comércio de São Paulo), destaca que a recuperação judicial é uma medida de proteção concedida pela Justiça para que as empresas em situação delicada possam reorganizar seus prazos de pagamento. No entanto, esse processo pode ter um efeito cascata na cadeia econômica, afetando diretamente as indústrias e os importadores, que são os principais fornecedores do varejo.
A negociação de descontos para o pagamento das dívidas e a extensão dos prazos de quitação comprometem o lucro das indústrias, que preferem receber algo a ter prejuízo, mesmo que isso signifique um prazo maior para o recebimento. O impacto inicial é sentido pelo comércio, mas acaba se estendendo às indústrias e a outros setores do mercado, resultando em demissões e afetando a economia como um todo.
Rogério Capucho, copresidente da SPS Group, parceira da SAP do Brasil, ressalta a importância de se estar atento a essa crise no varejo, pois ela pode ter um efeito dominó, afetando também a indústria. Esses setores estão intrinsecamente ligados, e a queda do varejo pode comprometer o desempenho econômico como um todo.
Os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam uma situação preocupante para a indústria. O setor já apresenta um índice 2% abaixo do registrado em fevereiro de 2020, o último mês antes do impacto da pandemia de coronavírus na economia nacional. Em abril, houve uma queda de 0,6% na indústria, interrompendo o crescimento observado em março, quando o setor registrou uma leve recuperação após três meses consecutivos de quedas.
Além disso, a taxa básica de jurosestá em seu nível mais alto desde 2017, o que também representa um obstáculo para a indústria. É necessário encontrar um equilíbrio para garantir que a inflação não seja elevada, mas que os juros não prejudiquem a atividade econômica como um todo.
Diante desse cenário desafiador, é fundamentalque medidas sejam tomadas para reverter a crise no comércio e evitar que ela se espalhe para outros setores, em especial a indústria. Ações coordenadas entre governo, empresas e instituições podem ser necessárias para impulsionar a recuperação econômica e garantir um ambiente propício ao crescimento sustentável.
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