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SELIC

Banco Central reduz Selic para 12,25% ao ano

É a terceira queda consecutiva deste ano

COPOM - Imagem: Reprodução | Agência Brasil
COPOM - Imagem: Reprodução | Agência Brasil

Marina Roveda Publicado em 02/11/2023, às 11h00


O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na quarta-feira, 1º de novembro, uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, levando a Selic para 12,25% ao ano. Essa decisão representa a terceira queda consecutiva na taxa, que alcança o menor patamar desde março de 2022, quando estava em 11,75%.

A decisão do Copom foi motivada por diversos fatores, incluindo o cenário adverso no ambiente internacional, com o aumento das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos, níveis persistentemente elevados de inflação em várias partes do mundo e tensões geopolíticas recentes. Além disso, a conjuntura econômica atual, especialmente em decorrência do panorama global, é marcada por uma maior incerteza, o que exige uma abordagem cautelosa na condução da política monetária.

O comunicado do Copom destaca que os principais bancos centrais ao redor do mundo estão comprometidos em direcionar a inflação para suas metas, mesmo diante das pressões nos mercados de trabalho. No âmbito doméstico, os indicadores econômicos continuam apontando para uma desaceleração da atividade econômica nos próximos trimestres.

Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário exige atenção e cautela por parte de países emergentes. Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres antecipado pelo Copom. A inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação, mas segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta de inflação, enquanto as medidas mais recentes de inflação subjacente ainda se situam acima da meta para a inflação”, afirmaram.

Embora a inflação ao consumidor tenha demonstrado um movimento de desaceleração, ela permanece acima do intervalo compatível com a meta de inflação. Além disso, as medidas de inflação subjacente, que desconsideram fatores temporários, ainda se encontram acima da meta estabelecida.

O Copom ressaltou que o ritmo de cortes de juros planejado anteriormente será mantido nas próximas reuniões, em linha com sua postura contracionista para impulsionar o processo de desinflação. A abordagem cautelosa se faz necessária para consolidar não apenas o processo de desinflação, mas também para ancorar as expectativas em torno das metas de inflação.

A decisão do Copom reflete as expectativas do mercado financeiro e o cenário atual. Os recentes conflitos no Oriente Médio geraram incertezas sobre a continuidade do ritmo de cortes de juros, e a decisão do Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) de manter suas taxas de juros nos Estados Unidos, mesmo diante da inflação elevada, também influenciou o cenário internacional e, por conseguinte, a decisão do Copom.

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