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Steve Harris persegue seus propósitos implacavelmente

Por Marcelo Emerson

marcelo emerson
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Redação Publicado em 23/12/2021, às 00h00 - Atualizado às 06h43


Por Marcelo Emerson

Steve Harris persegue seus propósitos implacavelmente

Era uma tarde fria no início de 1972. O garoto Steve Harris andava pelas ruas da zona leste de Londres refletindo sobre os sentimentos contraditórios que lhe acometiam após tomar uma decisão que mudaria seu destino: acabara de decidir que não seria mais jogador de futebol.

Steve havia entrado de cabeça no esporte aos 9 anos, tendo passado por clubes amadores até chegar nas categorias de base do tradicional clube londrino West Ham United. Jogador talentoso, há quem diga que era um dos melhores de sua geração.

Apesar disso, ao chegar na adolescência, outros projetos começaram a aparecer em seus sonhos com os discos de bandas como Genesis, Yes e Free. Deixou o cabelo crescer e percebeu que a vida de monge de um esportista profissional, os dois treinos semanais no Upton Park e o compromisso com os jogos se tornariam incompatíveis com o estilo de vida roqueiro.

Havia nele um tanto de alegria que só a sensação de liberdade pode proporcionar, mas, ao mesmo tempo, se questionava: “se não consigo me dedicar a algo que adoro, então o que quero fazer de verdade?”

De personalidade obstinada, Steve aprendeu a tocar baixo, integrou bandas amadoras e passou a conhecer profundamente a realidade do seu novo ofício. Em 1975, criou a banda Iron Maiden (que viria a se tornar a maior instituição mundial do gênero heavy metal).

Enquanto algumas bandas tinham empresariamento amador, Steve se associou ao perspicaz empresário Rod Smallwood, que levou o Iron Maiden a assinar um contrato vantajoso (incomum para a época) com a poderosa gravadora EMI.

A perseverança e a integridade de Steve Harris levaram o grupo ao topo, por um caminho árduo, mas repleto de objetivos plenamente realizados, dentre eles o desenvolvimento de uma identidade forte para a banda e a formação de uma imensa base de fãs em todo o mundo.

A vida de atleta deixou marcas, Steve Harris não tem qualquer traço do estereótipo do rock star. É tímido e avesso aos holofotes quando não está em cima do palco. Há quem diga que os músicos do Iron Maiden se comprometem por cláusula contratual a não aparecer em fotos sequer com cigarros nas mãos. E ficou conhecida a prática de organizar jogos de futebol disputados pela equipe do Iron Maiden contra times organizados por jornalistas dos locais onde a banda se apresentava (no Brasil, o apresentador Benjamin Back teve a honra de jogar contra o time de Steve Harris).

E se engana quem pensa que Steve Harris se entregaria à aposentadoria após a trajetória de mais de 4 décadas de carreira, pois o baixista criou a banda paralela British Lion e acabou recentemente uma turnê por pequenos locais de shows na Inglaterra, já se preparando para a continuação da turnê com o Iron Maiden em 2022.

Para o biógrafo Mick Wall: “a verdadeira história do Iron Maiden começa e termina com os sonhos e ambições de um homem, Steve Harris. Foi ele quem criou o nome, as músicas, a ideia e a atitude, e é quem, desde então, tem garantido que o Maiden se atenha à sua proposta, haja o que houver”.

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