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Quem é o algoritmo?

Por Fernanda Trigueiro  

Fernanda Trigueiro
Fernanda Trigueiro

Redação Publicado em 01/04/2022, às 00h00 - Atualizado às 08h03


Por Fernanda Trigueiro  

Quem é o algoritmo?

Vendo um programa sobre redes sociais, apareceu o tal “algoritmo”. Especialistas e influenciadores mostravam intimidade com o termo e até disputavam conhecimento. Pra mim, ficou claro, o algoritmo era o protagonista. Foi aí que minha mãe me perguntou o que era aquilo. Eu engasguei. Disse que sabia, mas não sabia explicar. Fui correndo pro novo “pai dos burros”. Dei um google.
O algoritmo é o responsável por identificar o perfil do usuário e entregar um conteúdo interessante e de relevância. No português claro, é um robô espião. Por isso, quando você procura, por exemplo, um tênis de corrida, a internet passa a te entregar diversos modelos e lojas online. Você é bombardeado de anúncios já que o robozinho identifica o que você procura e está ali para estimular o consumo.
Vivemos na era da inteligência artificial. E nada escapa. A tecnologia está de olho em tudo. Se você gosta de culinária, as publicações vão ser direcionadas para este sentido. Está aí, o porquê aparece para mim tanto e-commerce de roupa. Gosto de moda e sempre estou de olho nas tendências. Minha alegria é encher os carrinhos com tudo que eu gostaria de comprar. Uma publicação vai me levando para outra e quando percebi horas e horas se passaram…
E assim as pessoas vão sendo engolidas pelo mundo dá internet. Muita gente pirou e outras ainda podem pirar. O brasileiro é o mais conectado do mundo, segundo uma pesquisa feita em 150 países pela NordVPN, empresa provedora de serviços virtuais. Ficamos 91 horas online por semana. E deste jeito, como não se afastar do real? Estamos vivendo uma vida virtual.
Quando a internet surgiu, tinha a promessa de aproximar. Hoje, percebemos que o uso exagerado nos coloca numa posição de solidão e dependência. Uma relação entre o usuário e uma tela. É maluco pensar que a tecnologia foi criada pelo ser humano, mas hoje é ela que domina. Só que no fundo, bem lá no fundo, o problema não é a internet e muito menos as redes sociais.
A rede foi criada para facilitar as nossas vidas. Não podemos tirar o mérito dela. As coisas realmente evoluíram. E a internet não é vilã. Quem diante do caminho, se perdeu fomos nós. A internet faz seu papel e cabe a cada um encontrar a medida adequada da conectividade.  É necessário limite. O online não é um mundo à parte. O seu perfil é seu. Aquela foto postada é você. Suas mensagens e textos publicados não são apenas palavras escritas. Cada letra representa a sua essência e as suas opiniões.

Por isso, faça a sua rede mais humana. Use e abuse do que ela proporciona com equilíbrio. Engaje informação. Distribua likes. Compartilhe coisas boas e saiba também a hora de ficar off. Deixe o tal do algoritmo pra lá. Seja você sua própria conexão e o protagonista da sua história e do seu feed.

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*Fernanda Trigueiro é uma jornalista apaixonada por pessoas e suas histórias.
Repórter de TV por opção, mas uma escritora por vocação. Vê a notícia além da manchete e dos números.
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