Fernanda Trigueiro Publicado em 05/08/2022, às 07h52 - Atualizado às 08h30
Diante dos últimos casos, que tomaram as redes sociais e as manchetes do país, me senti na obrigação de usar este espaço pra falar. Sou daquelas que busca ter paz e não, razão. Mas este debateé necessário e precisamos ser antirracistas. Isso quer dizer que não basta apenas não ser. É inaceitável aceitar e conviver com tamanha violência.
Foi uma amiga que me acendeu o alerta para as questões raciais. Isso tem mais de dez anos. Foi quase ontem, mas é maluco pensar que naquela época o assunto não era pauta. Não se falava sobre isso, mas minha amiga sempre que possível dividia as experiências dela. E um dia me contou algo que eu nunca tinha pensado, que eu não tinha noção que acontecia. Talvez, porque ninguém comentava e também porque realmente era e continua sendo uma realidade diferente da minha.
Ela e o marido são negros e um dia ela me contou que muitas pessoas olhavam torto pra eles quando os dois entravam em alguns lugares como certas lojas e restaurantes. Os olhares eram mais desconfiados para o homem e pioravam quando ele era visto dentro do próprio carro. Sem pudor algum ele ouvia dos outros a pergunta se ele era algum "pagodeiro" ou "jogador de futebol". A resposta: não. Ele estudou, passou na faculdade, se formou e construiu uma carreira. Não tinha nenhum padrinho de profissão e tinha chegado onde estava apenas por mérito e muito trabalho.
Há dez anos, aquele comentário caiu como uma bomba pra mim. Me doeu sem nem poder imaginar, de verdade, a dor dele. Essa situação fala por si e é suficiente para entendermos o que é o termo "preconceito estrutural". Talvez ninguém tenha feito esses comentários para magoar, atacar ou humilhar. Mas seja lá qual a intenção, essas falas existem, machucam e ainda são repetidas e ouvidas todos os dias.
Na busca por mais informação, passei a conversar com outras pessoas pretas. Sou curiosa e meus papos muitas vezes se tornam entrevistas. Em um deles, uma colega me confidenciou situações deprimentes que passou no trabalho. Sofreu discriminação dos chefes, que barraram a sua merecida promoção. Eu sabia o quanto ela era capaz e também conhecia muitos dos vilões daquela história real. O relato causou em mim um medo de fazer parte disso tudo, mesmo que seja de uma forma culposa. Me recomendaram ler o livro "Na minha pele", escrito pelo ator Lázaro Ramos. Inteligente e provocador. São relatos e reflexões pessoais. Foi um divisor de águas na minha vida. Recomendo.
Os negros são mais de 55 por cento da nossa população, mas a luta não deve e não pode ser somente deles. É de todos e para todos. Uma causa da sociedade e sociedade é coletivo, sem divisão por raça, etnia ou gênero. Mas em pleno século XXI, como estamos atrasados.
O preconceito vem da ignorância e o racismo acontece sim, seja velado ou não. Seja de forma consciente ou inconsciente. Não negue. Lute contra e defenda a vítima. Seja sensível ao próximo e a causa. Temos que nos unir para reaprender. Sermos humildes para discutir sem romantizar. Somente o diálogo é capaz de pôr fim a um tabu. Por que não perguntar ao outro como ele se sente e como quer ser chamado? Estamos todos aqui para evoluir. Não se trata de ser politicamente correto, se trata de ser humano.
Após deixar casa de Madonna, filho da artista sobrevive buscando restos de comida
Suposto vídeo de Mel Maia fazendo sexo com traficante cai na rede e atriz se manifesta
Marcelo Lima cresce e amplia vantagem em São Bernardo
ONLYFANS - 7 famosas que entraram na rede de conteúdo adulto para ganhar dinheiro!
Depois que de ajuda do Brasil para reconstrução do RS, prefeito de Porto Alegre "torra" R$ 43 milhões, sem licitação; mais que o dobro do contrato anterior
Depois que de ajuda do Brasil para reconstrução do RS, prefeito de Porto Alegre "torra" R$ 43 milhões, sem licitação; mais que o dobro do contrato anterior
Twisters supera expectativas e bate recorde no cinema de desastre
Donald Trump zomba de Joe Biden após desistência da reeleição
Tiroteio em avenida famosa gera pânico e leva motoristas a se jogarem no chão; veja o vídeo
Beneficiários do Bolsa Família com NIS final 3 recebem hoje