Rodrigo Constantino
Redação Publicado em 26/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 20h10
Rodrigo Constantino
As manifestações marcadas para o dia 7 de setembro estão tirando o sono de muita gente. A ala militante da imprensa já fala abertamente em “atos golpistas”. Em que pese o áudio vazado do cantor Sergio Reis em tom mais exacerbado, o que circula pelas redes sociais não tem nada de golpista ou extremista. Ao contrário: são milhares de brasileiros se organizando para defender o básico: a liberdade.
Segundo um colunista de fofocas de um jornal carioca, o ministro Alexandre de Moraes teria acalmado senadores lulistas, alegando que não há um risco de levante da polícia. A imprensa tinha noticiado antes que os governadores poderiam usar suas PMs contra “ataques ao Supremo”, e causou frisson o fato de que comandantes se posicionaram abertamente em defesa dos atos patrióticos. A Polícia Militar avisou que não é de governo, mas de estado, e que está disposta a defender a Constituição.
Eis o ponto: é nossa mídia que tem repetido se tratar de uma manifestação bolsonarista, partidária, não seus “organizadores” (no fundo não há centralização alguma, tratando-se de algo orgânico e voluntário). O senador independente Eduardo Girão já declarou que mesmo críticos de Bolsonaro serão bem-vindos e deveriam ir aos atos. Não é por Bolsonaro, mas em defesa das liberdades hoje ameaçadas pelo ativismo jurídico.
Do que se trata, então, esse protesto? Não tenho procuração para falar em nome de milhões de brasileiros, e cada cidadão é livre para se expressar, para empunhar seu próprio cartaz. Certamente haverá quem defenda medidas mais drásticas ou mesmo golpistas, mas será uma minoria, como de praxe. A maioria está demandando simplesmente que cada Poder permaneça dentro do seu quadrado, jogando nas quatro linhas da Constituição. Nada mais!
Já temos jornalista, parlamentar e presidente de partido presos com base em medidas arbitrárias. Um levantamento mostra mais de cem decisões supremas que claramente soam como políticas contra o atual presidente, algo sem precedentes. Os ministros indicados pelo PT, PSDB ou Alexandre de Moraes, ex-tucano indicado pelo vice-presidente de Dilma, não conseguem esconder que agem como um partido de oposição. A perseguição e a censura a bolsonaristas escancarou o jogo sujo. O povo acordou.
Juristas renomados, como Ives Gandra Martins, falam abertamente em totalitarismo supremo. Deputados críticos ao governo, como Marcel van Hattem, do Novo, discursam contra abusos de poder partindo do STF. É contra isso tudo que tanta gente vai sair às ruas no dia 7. Não é um ato bolsonarista, e sim patriótico. Essa multidão quer resgatar nossa Constituição, rasgada com assustadora frequência por quem deveria ser seu guardião.
Quem quer confusão é o lado de lá, a julgar pelo texto de José Dirceu, convocando sua militância para “impedir” vandalismo e violência. Ora, as manifestações patrióticas costumam ser ordeiras, com famílias inteiras e muito verde e amarelo, ao contrário dos atos esquerdistas, repletos de vermelho e quebra-quebra. Dirceu, guerrilheiro treinado em Cuba, quer, portanto, justamente aquilo que nega: violência e vandalismo. De onde parte mesmo a ameaça golpista?
O povo brasileiro é composto por milhões de indivíduos. Não é algo monolítico, coeso. Tampouco é autômato. A parcela que deve comparecer ao protesto no dia 7 pensa por conta própria, não é gado de ninguém, muito menos robô. É uma multidão que ganhou gosto pela liberdade e não vai aceitar passivamente um golpe do lado de lá. É uma gente patriota que repete, em coro, que nossa bandeira jamais será vermelha!
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