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COLUNA

Banda Ego Kill Talent Repercute a Produção e Gravação de Seu Novo EP

Membros da banda Ego Kill Talent falam sobre inspirações para seu novo EP e como foi o período de produção com a nova vocalista, Emmily Barreto.

Banda Ego Kill Talent - Imagem: Divulgação
Banda Ego Kill Talent - Imagem: Divulgação

Henrique Carlucio Castanha Publicado em 14/12/2023, às 08h49


Na entrevista – infelizmente sem o multi-instrumentista Jean Dolabella - Theo van der Loo (Guitarra), Emmily Barreto (Vocal) e Raphael Miranda (Baixo) da Banda Ego Kill Talent, comentaram sobre o processo de gravação, ideias, inspirações e produção de seu mais novo EP e ainda deram dicas de como buscar originalidade e diferencial na música.

Theo van der Loo contou a origem do nome do EP que introduz ao público sua nova vocalista. “... em uma viagem para os Estados Unidos com conexão em Atlanta onde tínhamos que ficar mais de 4 horas esperando, saímos e paramos para comer em uma hamburgueria e meu cartão não passou porque eu não tinha feito aquele aviso viagem e a Emmily teve que pagar com o cartão dela. Foi quando o atendente disse “They gonna call you by her name” (eles vão te chamar pelo nome dela) e foi daí que surgiu a ideia do nome...”. O EP “Call us by her name” passa essa ideia de apresentar a nova cara da banda.

Emmily conta que já era amiga dos membros da banda e também uma fã, então sentiu-se muito feliz com o convite para vocalista. Os membros da banda EKT (Ego Kill Talent) definiram o lançamento do EP como uma renovação e um momento de alegria. Nas palavras da vocalista, a gravação do projeto deu um gás em sua vida. Não foi uma nova experiência gravar com a Emmily, que tem outro projeto musical com Cris Botarelli e Rafael Brasil- a banda Far From Alaska. As duas bandas já colaboraram entre si no single Collision Course de 2017.

O mais recente projeto da EKT leva diferentes elementos musicais e gêneros como pop, indie, rock e emo. Essa vasta quantidade de elementos vem das variadas inspirações dos integrantes. Essa bagagem musical, de tudo que já ouviram e gostam, influencia o processo de composição. Quando questionados sobre a importância da originalidade e identidade que uma banda precisa ter, eles apontaram que a diversidade musical é extremamente importante, porque quanto mais estilos você escuta e compreende o que é único em cada gênero ou artista, maior repertório e sonoridade você terá na composição musical.

Um conselho que os entrevistados sugeriram para quem quer compor foi de buscar sempre algo novo para ouvir e, mesmo que não goste, tentar tirar algum aprendizado do que foi consumido. Raphael Miranda lembrou que sempre tenta compor de formas diferentes e sem padrões, para que o som não pareça repetitivo. Os membros da banda têm um convívio constante em função do trabalho artístico. Raphael e Theo, por exemplo, são amigos de longa data, vizinhos e estão sempre juntos criando e produzindo novos materiais. Isso faz com que todos estejam sempre criando algo novo, mantendo a constância de produção musical e exercitando a criatividade, que é considerada essencial pelos entrevistados. Esse ponto fica explicito nos materiais da banda e principalmente em seu mais novo projeto.

Emmily fala também da dificuldade de produzir música fora das megalópoles como São Paulo e da luta que foi para conseguir até mesmo equipamento para produção em Natal-RN – sua cidade de origem: “...faça música com o que tiver, muita gente vai botar dificuldade, mas o importante é fazer, nem que seja com uma guitarra torada no meio...” diz Emmily. O EP “Call Us By Her Name” está disponível nas plataformas digitais e, para a felicidade dos amantes de discos, eles pretendem em breve produzir o EP em mídia física.

Quando comentado sobre a evolução da indústria e da tecnologia na produção musical com a substituição dos instrumentos para programas de computador, Raphael deu seu enfatiza: “...música é muito mais do que som, tem a parte sensorial, e eu acredito que essa sensação um programa nunca vai conseguir replicar...”.

A banda já performou e participou de turnês com nomes gigantes da música e até mesmo ídolos da banda, como Metallica, System of a Down, Evanescence e Foo Fighters. Theo assumiu que é difícil manter o profissionalismo na frente de seus ídolos e que o lado fã fala mais alto do que o profissional: “... quando eu vi o Kirk eu pensei: não vou falar que eu toco guitarra por causa dele, e quando fui conversar com ele foi a terceira coisa que eu disse...”. Raphael disse que, como já são experientes, quando sobem no palco conseguem manter o nível. “...se fosse com 18 anos eu teria um infarto...” disse Raphael referindo-se ao Metallica em tom cômico. Theo comentou que se não fosse o Metallica a banda nem sequer existiria da forma que a gente conhece e que é muito gratificante abrir um show de seus ídolos.

Os artistas também deram dicas de produção e criação de música para “bandas de garagem”. Os músicos afirmaram que é muito importante buscar ser original, porque se ficarem presos em um só artista ou baseados num único gênero, a música não evolui e muitas vezes um ritmo que é envolvente ou um solo de guitarra bom é descartado por não ser parecido com aquela única referência. Raphael também comentou que é bom se desprender de padrões de composição e enfatizou que, ao produzir, o artista deve estimular a criatividade sem limites e compor de forma autônoma e como bem entender, porque se o artista se prender a um único estilo de composição, ele pode se limitar e não conseguir extrair todo seu potencial e valor.

Ao final da entrevista, a banda reforçou a importância da diversidade de influências musicais. Os próprios artistas fizeram uma lista de gêneros diferentes que eles também usam como referência. Raphael disse que além da influência do Metal, desde cedo ele escuta muito Jazz, MPB e R&B. Emmily falou da cena pop e da música Emo, como Paramore, Demi Lovato e Billie Eilish - influências que ela tem inclusive na vida pessoal. Por fim, Theo comentou sobre artistas de segmentos totalmente diferentes, como Rage Against The Machine - mais pesado e politizado, Rihanna, a artista pop que ganhou diversas premiações e dispensa comentários e por fim, Ben Howard que tem um som caracterizado por ser leve e ambiental.

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Tags MUSICAS

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