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Alegria em lugar de pranto: França mancha sua história com sangue inocente e torna-se o primeiro país a proteger aborto na Constituição

França. - Imagem: Reprodução | X (Twitter) - @MichelEuler
França. - Imagem: Reprodução | X (Twitter) - @MichelEuler
Agenor Duque

por Agenor Duque

Publicado em 05/03/2024, às 07h58


Na última segunda-feira (04), franceses foram às ruas para comemorar a decisão do Parlamento que aprovou, com 780 votos contra os 73 contrários, o direito constitucional ao aborto. Com isso, as francesas adquiriram o direito, garantido por lei, a assassinarem seus bebês. Assim, a França, vergonhosamente, assume protagonismo terrível, manchando sua Constituição com o sangue de inocentes.

A Assembleia Legislativa e o Senado francês se renderam aos gritos histéricos, em geral, de quem quer levar uma vida promíscua, seguindo seus desejos mais devassos, sem terem de assumir as consequências, incluindo as feministas e simpatizantes. A partir do sancionamento de Emmanuel Macron, não há o que temer: vida promíscua+gravidez=aborto, sem ônus nem culpa.

Incluir o direito à interrupção da gravidez na Constituição foi uma das pautas consideradas prioritárias do governo Macron que, como resposta à decisão de revogação do direito ao aborto tomada pela Suprema Corte dos Estados Unidos, em 2022, mobilizou sua base parlamentar para tornar o direito à prática do aborto tópico constitucional, inscrito como como direito fundamental.

O aborto não é considerado crime na França desde 1975, por ocasião da aprovação da lei Simone Veil. De acordo com Gabriela Rondon, advogada e pesquisadora do Anis Instituto de Bioética, “O que muda é o status da proteção. Por isso foi uma votação histórica [...]”.

Rondon lembra que antes da França, apenas o Chile havia apresentado proposta de semelhante, mas o texto foi rejeitado pela população no referendo de setembro de 2022, uma derrota para o presidente Gabriel Boric. Com isso, o aborto continua sendo prática proibida no país, ficando contempladas exceções em caso de estupro, risco de vida para a mãe ou em situações de impossibilidade de sobrevivência do bebê fora do útero materno.

“Meu corpo, minhas regras” é o grito de guerra das feministas ao redor do mundo. Mas essas pessoas fazem questão de ignorar e desconsiderar que o que nelas está sendo gerado é uma vida à parte da sua e, consequentemente, um corpo à parte do seu; o bebê não é parte do corpo da mulher que o carrega, mas outro ser distinto e único.

Vidas intrauterinas importam como qualquer outra. É muito fácil decidir pela interrupção da vida alheia quando o que está em jogo é livrar-se das consequências da própria inconsequência. Quando a comodidade dos irresponsáveis está em risco, uma vez que levar uma gravidez até o final é um transtorno para quem quer “curtir a vida ‘a doidado’ ”. É muito mais fácil matar a vida que está sendo gerada do que ter de carregar e cuidar de um “estorvo” por, pelo menos, 18 anos.

Não pretendo emitir julgamento a quem quer que seja. Cada um que leve a vida como bem entender (a própria vida não a de outro, um inocente que não pediu para ser concebido). Mas, em lugar de apoiar e tornar constitucional o direito ao aborto, uma das decisões assertivas seria promoção orientação e processos educativos a fim de lembrar a importância de se levar uma vida guiada pelos princípios judaico-cristão que reservam práticas sexuais para serem desfrutadas no ambiente do casamento e exclusivamente entre os cônjuges. Afinal, a maioria das que abortam carregam uma culpa terrível e irreversível por toda a vida.

A comemoração dos franceses representa a alegria com a injustiça e “chamar ao mal bem, e ao bem mal” (Isaías 5.20), e isso não ficará impune.

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