A inclusão no mercado de trabalho é o tema mais urgente para a população negra, segundo a pesquisa Consciência entre Urgências: Pautas e Potências da
Redação Publicado em 19/11/2019, às 00h00 - Atualizado às 14h41
A inclusão no mercado de trabalho é o tema mais urgente para a população negra, segundo a pesquisa Consciência entre Urgências: Pautas e Potências da População Negra no Brasil, divulgada (18) pelo Google Brasil. Na opinião de 46%, a colocação profissional é um dos assuntos prioritários para a vida das pessoas negras. O estudo foi realizado pela consultoria Mindset e pelo Instituto Datafolha e ouviu 1,2 mil pessoas pretas e pardas ao longo do último mês.
O racismo estrutural – tema que apareceu como mais discutido na pesquisa – também é apontado como um dos mais urgentes para a população negra (44%). Em relação ao racismo que permeia as instituições públicas e privadas no Brasil, foram levantados temas como a representatividade na política e o apagamento da história dos negros nos currículos escolares e universitários.
Segundo o estudo, sete em cada dez negros não se sentem representados pelos governantes. Votar em candidatos negros é uma pauta importante para 61% da população negra, tendo mais apelo entre os menos favorecidos economicamente (73% entre as classes D e E) do que entre que estão melhor colocados socialmente – 47% nas classes A e B. Para 69%, as marcas comerciais tratam de forma superficial ou oportunista temas relacionados à negritude.
O feminismo negro foi apontado como tema urgente por 23% da população negra, seguido pelo genocídio dos negros (24%). O alto número de mortes violentas entre negros é uma preocupação maior para os maios jovens, chegando a 28% na faixa entre 16 e 34 anos de idade, mas caindo para 18% entre os com 60 anos ou mais.
O sentimento de urgência em relação ao genocídio é maior entre aqueles com ensino superior (30%) e menor para as pessoas que estudaram apenas até o ensino fundamental (14%). Relação inversa ocorre com o feminismo negro, apontado como urgente para 18% das pessoas que têm ensino superior e para 30% das que só têm ensino fundamental.
Em quinto lugar ficaram as políticas afirmativas, como cotas raciais, vistas como prioritárias para 19%. O sentimento de urgência para esse tipo de política é maior para os homens (23%) do que entre as mulheres (17%).
A pesquisa mostrou que metade da população negra se considera ativista pelos direitos dessa parcela da sociedade. Sendo que esse sentimento é maior entre os mais pobres, atingindo o patamar de 63% nas classes D e E, do que entre os com melhor situação financeira, ficando em 31% nas classes A e B.
Para 91% da população negra, o Dia da Consciência Negra – lembrado no dia 20 de novembro – é uma data importante para manter viva as histórias de heroísmo de negras e negros.
Por: Agência Brasil
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