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Funeral de ex-deputado federal Sigmaringa Seixas reúne família e autoridades em Brasília

O corpo do advogado e ex-deputado federal Luiz Carlos Sigmaringa Seixas, morto aos 74 anos em São Paulo, nesta terça-feira (25), começou a ser velado na manhã

Funeral de ex-deputado federal Sigmaringa Seixas reúne família e autoridades em Brasília
Funeral de ex-deputado federal Sigmaringa Seixas reúne família e autoridades em Brasília

Redação Publicado em 26/12/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h23


Advogado morreu por infecção após cirurgia de transplante de medula. ‘Sempre procurou a conciliação e foi um construtor de pontes’, disse presidente do STF, Dias Toffoli.

O corpo do advogado e ex-deputado federal Luiz Carlos Sigmaringa Seixas, morto aos 74 anos em São Paulo, nesta terça-feira (25), começou a ser velado na manhã desta quarta (26) no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul, em Brasília. O enterro está marcado para as 16h30.

Sigmaringa Seixas estava internado no Hospital Sírio-Libanês, onde fez transplante de medula para combater uma mielodisplasia – um tipo de falência da medula óssea na produção de células. Depois da cirurgia, o jurista ficou com baixa imunidade e foi atacado por uma infecção.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tofolli, afirmou que o advogado teve um papel extremamente relevante na redemocratização do Brasil. “Ele foi deputado constituinte, relator do capítulo sobre autonomia do Distrito Federal na constituinte e prestou um serviço para a nação nessa transição democrática”, declarou.

Presidente do STF, Dias Toffoli, no velório de Sigmaringa Seixas — Foto: Hamanda Viana/G1

Presidente do STF, Dias Toffoli, no velório de Sigmaringa Seixas — Foto: Hamanda Viana/G1

“Depois da transição democrática, sempre procurou fortalecer a democracia brasileira e lutou pelos melhores ideias. Sempre procurou a conciliação e foi um construtor de pontes. Fará muita falta para a política brasileira.”

Amigo pessoal de Sigmaringa Seixas, o deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF) disse que o advogado era “um dos homens mais humildes” que conheceu na vida política. “É uma pessoa que Brasília inteira respeita, de todas as ideologias e camadas da sociedade. É um homem insubstituível”, afirmou.

Deputado federal por quatro mandatos, Jofran Frejat (PR-DF), disse que o jurista “sempre foi um grande conciliador, mesmo com os adversários” e lamentou a partida do amigo. “A gente tinha combinado de tomar um vinho juntos, mas acabou não dando. Mas Deus vai ajudar e nós vamos tomar esse vinho”, brincou.

O ex-deputado Sigmaringa Seixas, em imagem de arquivo — Foto: Reprodução/TV Globo

O ex-deputado Sigmaringa Seixas, em imagem de arquivo — Foto: Reprodução/TV Globo

História

Nascido em Niterói (RJ) e formado em Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF), Luiz Carlos Sigmaringa Seixas se mudou para Brasília na década de 1970. Na capital, ocupou o cargo de conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) de 1976 a 1984.

O jurista ficou conhecido por defender presos políticos e estudantes durante a ditadura militar. Com a abertura democrática, tornou-se parlamentar.

O advogado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas (centro), em foto de 1983, quando advogados defendem a OAB-DF da interdição dos militares — Foto: Reprodução

O advogado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas (centro), em foto de 1983, quando advogados defendem a OAB-DF da interdição dos militares — Foto: Reprodução

Sigmaringa Seixas foi eleito deputado federal para a Assembleia Nacional Constituinte de 1987, pelo PMDB-DF, e transitava com facilidade no ambiente político.

Ele teve outras duas passagens pela Câmara dos Deputados, sempre por diferentes partidos: pelo PSDB, de 1991 a 1995, e pelo PT, de 2003 a 2017.

Em 1994, o advogado foi candidato ao Senado pelo PSDB, mas recebeu 10,51% dos votos e não foi eleito. As vagas ficaram com Lauro Campos (PT) e José Roberto Arruda (PP).

Repercussão

A morte dele foi lamentada por diversas autoridades em notas oficiais e redes sociais. O presidente da República, Michel Temer (MDB), o chamou de “lutador pela democracia brasileira”. O governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), decretou luto oficial de três dias na capital.

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba, pediu à Justiça para que o cliente pudesse ir ao funeral do amigo, mas a requisição foi negada pelo juiz Vicente de Paula Ataide Junior. Lula e Sigmaringa são amigos há mais de 30 anos, conforme o pedido.

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