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‘Estava muito sentido com mais uma fake news e só cumprimentei Bolsonaro quando meu coração se aquietou’, diz Haddad

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, derrotado neste domingo (28), afirmou nesta segunda-feira (29), em entrevista exclusiva à repórter Graziela

‘Estava muito sentido com mais uma fake news e só cumprimentei Bolsonaro quando meu coração se aquietou’, diz Haddad
‘Estava muito sentido com mais uma fake news e só cumprimentei Bolsonaro quando meu coração se aquietou’, diz Haddad

Redação Publicado em 30/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 14h21


Em entrevista exclusiva à TV Globo, candidato à Presidência derrotado afirmou que está ‘disponível para defender a soberania nacional, as liberdades individuais e os direitos sociais’.

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, derrotado neste domingo (28), afirmou nesta segunda-feira (29), em entrevista exclusiva à repórter Graziela Azevedo, da TV Globo, que não cumprimentou Jair Bolsonaro (PSL) pela vitória ontem porque ainda estava muito “sentido” e “amargurado” com uma última “fake news” contra ele.

De acordo com a apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o petista recebeu 47.040.906 de votos contra 57.797.847 votos do presidente eleito.

O petista diz que só escreveu um tweet hoje para Bolsonaro quando seu coração se aquietou.

“Ontem teve um último ataque muito forte de fake news, via Whatsapp, e ontem foi o mais baixo dos ataques, inclusive esclarecido pela imprensa, acusando de eu abusar de uma menina de 11 anos. Uma coisa muito grotesca. Eu fui alvo desses ataques quase a campanha inteira. Não esperava que ontem haveria um último disparo de mensagens contra mim”, afirmou.

“Eu estava muito chateado, com a minha família, com minha esposa, estávamos todos muito amargurados com esse ataque de última hora, e nem teve efeito prático, a não ser o fato de que mais pessoas foram expostas a uma mentira contra a honra de quem elas não conhecem necessariamente. Estava muito sentido, fiz o discurso, que foi elogiado, mas quis só cumprimentar e desejar sorte quando meu coração estivesse aquietado, e foi o que eu fiz hoje. Eu desejo o bem do Brasil, de todos, que votaram em mim, que votaram nele. Meu espírito democrático sempre vai falar mais alto”, completou.

Haddad não quis se autointular líder da oposição em 2019 e disse que “as pessoas te percebem assim ou não”. “Vamos deixar por conta delas, estou disponível para defender a soberania nacional, as liberdades individuais e os direitos sociais”, disse.

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Volta às aulas

Professor universitário, Haddad disse que já voltou a dar aulas nesta segunda-feira, mas que pretende falar sobre os próximos passos políticos, como a presidência do PT, só na próxima semana.

“Um professor não foge à luta, depende do que a história me reservar, quantos brasileiros poderão dizer que tiveram 47 milhões de votos? Mais do que o número de votos, foi a qualidade da campanha, um certo despertar, desejo do que pode vir e da esperança”, afirmou.

Sobre aliança com os partidos de centro-esquerda, Haddad disse que sempre acreditou em um campo progressista, com pessoas alinhadas com a intolerância à desigualdade. “As pessoas podem nascer com a pele que for e ter um lugar ao sol. Temos que distribuir melhor as oportunidades”, disse.

Para Haddad, o PT saiu com uma base fortalecida para fazer oposição no próximo ano.

Acredito que a eleição de quatro governadores foi muito importante, 56 deputados, maior bancada da Câmara. É uma boa base pra retomar as lutas democráticas no país, estou muito esperançoso de que a gente tem uma base boa para continuar para uma batalha”, disse.

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