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Escola sem Partido chega a outros países

Recentemente, uma proposta que foi denominada “Escola sem Partido” foi lançada em Rio Preto, mas acabou sendo vetada pelas autoridades políticas locais

Escola sem Partido chega a outros países
Escola sem Partido chega a outros países

Redação Publicado em 16/07/2018, às 00h00 - Atualizado às 15h05


Rio Preto não conseguiu aprovar proposta, mas outros países estão mobilizados em discutir a questão para se chegar a bom termo

Recentemente, uma proposta que foi denominada “Escola sem Partido” foi lançada em Rio Preto, mas acabou sendo vetada pelas autoridades políticas locais reconhecerem que a liberdade deve prevalecer, mesmo envolvendo um assunto polêmico.

A disputa sobre o que deve ser ensinado nas salas de aula está quente na América Latina. Em resposta a iniciativas de diferentes governos para incluir educação sexual e questões de gênero no currículo escolar, grupos conservadores e religiosos têm se articulado para combater o que, segundo eles, seria uma intromissão do Estado na educação moral praticada em casa pelas famílias.

No Brasil, o movimento Escola Sem Partido acabou emprestando seu nome a um controverso projeto de lei que está em apreciação na Câmara dos Deputados. O texto estabelece regras para a conduta dos professores com objetivo de evitar supostas “doutrinações” em sala de aula e proíbe o ensino de questões de gênero.

Nos vizinhos latino-americanos, a resistência conservadora ganhou um lema comum: o “Con Mis Hijos No Te Metas” – em português, “não se meta com meus filhos”. O slogan começou a se espalhar pelas ruas e redes sociais do Peru em 2016, quando grupos conseguiram barrar a implementação de parte do novo Currículo Nacional para Educação Básica, e acabou inspirando articulações com o mesmo nome em países como Equador, Chile, Argentina e Paraguai.

O inimigo comum é a “ideologia de gênero” – que, na visão desses grupos, seria uma forma de ensinar as crianças erroneamente que elas podem ser, sexualmente, o que quiserem. Todos repetem a mesma identidade visual, baseada nas cores azul e rosa, para marcar o que consideram a diferença natural entre homens e mulheres.

Já os grupos que defendem as escolas como promotoras da igualdade de gênero e do respeito à diversidade sexual veem o mundo de forma mais “colorida” e rechaçam o termo ideologia, adotado pelos opositores.

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