A taxa de juros do cheque especial caiu novamente em fevereiro, de acordo com estatísticas divulgadas hoje (27) pelo Banco Central (BC). Os juros chegaram a
Redação Publicado em 27/03/2020, às 00h00 - Atualizado às 11h28
A taxa de juros do cheque especial caiu novamente em fevereiro, de acordo com estatísticas divulgadas hoje (27) pelo Banco Central (BC). Os juros chegaram a 130% ao ano (7,2% ao mês) em fevereiro, segundo mês em que começou a valer medida do BC para limitar a taxa do cheque especial. No mês, em relação a janeiro, houve queda de 11 pontos percentuais e em 12 meses, de 135,6 pontos percentuais.
O BC determinou que os bancos não poderão cobrar taxas superiores a 8% ao mês, o equivalente a 151,8% ao ano. Por outro lado, as instituições financeiras foram autorizadas a cobrar, a partir de 1º de junho, tarifa dos atuais correntistas com limite do cheque especial superior a R$ 500 por mês. A tarifa será equivalente a 0,25% do limite que exceder R$ 500. Há bancos que anunciaram isenção dessa tarifa para os clientes.
O BC lembra que de acordo com a metodologia divulgada nos dados de janeiro, as estatísticas de taxas de juros do cheque especial são estimadas, na primeira divulgação, sendo revisadas no mês seguinte. Dessa forma, a taxa de juros do cheque especial de janeiro foi revisada de 165,6% ao ano para 141% ao ano.
O BC revisou a metodologia de cálculo dos juros do cheque especial. Agora os bancos devem informar ao BC quanto efetivamente foi cobrado de juros, considerando os clientes que têm o benefício de um período de isenção ou redução de juros, geralmente por 10 dias no mês. Para que isso ocorra, a primeira taxa média informada pelos bancos será estimada e, no mês seguinte, será substituída pela taxa efetiva.
Os juros do rotativo do cartão de crédito subiram em fevereiro, chegando a 322,6% ao ano, no mês passado, alta de 5,9 pontos percentuais em relação a fevereiro. Essa taxa é a média formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes.
No caso do cliente adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 291,9 % ao ano em fevereiro, aumento de 1,8 ponto percentual em relação a janeiro. No caso da taxa cobrada dos clientes que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) os juros caíram 9,5 pontos percentuais, indo para 342,4% ao ano.
O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.
Na modalidade de parcelamento das compras pelo cartão de crédito, a taxa chegou a 186,4% ao ano em fevereiro, com aumento de 2,3 pontos percentuais.
A taxa de juros do crédito pessoal não consignado subiu para 106,6% ao ano em fevereiro, com aumento de 3 pontos percentuais em relação a janeiro. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) subiu 0,1 ponto percentual, indo para 21,4 % ao ano no mês passado.
De acordo com o BC, a taxa média de juros para pessoa física subiu 1,1 ponto percentual em fevereiro, chegando a 46,7% ao ano. A taxa média das empresas ficou em 17% ao ano, queda de 0,6 ponto percentual.
A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas subiu 0,2 ponto percentual, chegando a 5, %. Entre pessoas jurídicas, a inadimplência permaneceu em 2,3% em fevereiro.
Os dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes.
No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito), os juros para as pessoas físicas permaneceram em 7,5% ao ano. A taxa cobrada das empresas caiu 1,7 ponto percentual, para 7,9% ao ano.
A inadimplência no crédito direcionado permaneceu em 1,9% para pessoas físicas e em 2% para as empresas.
Em fevereiro, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,491 trilhões, com alta de 0,6% em relação a janeiro e de 7,5% em 12 meses.
Esse saldo do crédito correspondeu a 47,6 % de tudo o que o país produz – o Produto Interno Bruto (PIB) – estável em relação a janeiro.
ABr
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