Diário de São Paulo
Siga-nos

Aumento na procura faz preço de testes de Covid subir até 50% na cidade de SP; associação vê risco de falta

O número de exames para detecção de Covid-19 realizados aumentaram 98% entre a semana do Natal e o início de janeiro, segundo Associação Brasileira de

Aumento na procura faz preço de testes de Covid subir até 50% na cidade de SP; associação vê risco de falta
Aumento na procura faz preço de testes de Covid subir até 50% na cidade de SP; associação vê risco de falta

Redação Publicado em 13/01/2022, às 00h00 - Atualizado às 06h31


O número de exames para detecção de Covid-19 realizados aumentaram 98% entre a semana do Natal e o início de janeiro, segundo Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica. O salto na procura fez com que muita gente tivesse dificuldade para encontrar os testes rápidos na cidade de São Paulo, além do preço ter aumentado até 50% em algumas unidades.

O número de pessoas internadas com a doença também dobrou no estado nessa semana. Com o aumento dos casos, o uso da máscara obrigatório no estado foi estendido até 31 de março.

O eletricitário Adilson Paim levou o vizinho dele, que está com sintomas respiratórios, a três farmácias em Carapicuíba e na capital nesta quarta-feira (12), mas não conseguiu fazer o teste pra saber se está com o novo coronavírus ou não.

Eles tentaram agendar o exame pela internet em quatro grandes redes de farmácias. Em duas, receberam a informação de que o agendamento está suspenso. Em outra, os testes passaram a ser feitos por ordem de chegada. E, na quarta, ou o site falhava ou o agendamento era só para sábado ou semana que vem.

Em um posto na Zona Sul de São Paulo o atendimento é pela ordem da fila e o preço do teste de antígeno é R$ 150 – 50% mais caro do que na última semana de dezembro, quando custava R$ 100.

No Senado, tramita um projeto de lei que criminaliza a elevação de preços de produtos e serviços médicos sem justa causa em época de emergência social, calamidade pública ou pandemia. O projeto prevê multa e prisão de um a três anos. Apesar de apresentado no dia 20 de março de 2020, no início da pandemia, o projeto só foi encaminhado para debate nas comissões em 16 de dezembro de 2021, quase dois anos depois.

Segundo a associação brasileira das Farmácias e Drogarias, o número de testes rápidos feitos na primeira semana de janeiro foi 70% maior do que na semana anterior, a da virada do ano. A quantidade de resultados positivos para Covid que saíram só nesses primeiros dias de janeiro supera o total do mês de dezembro.

“Inicialmente, a gente até achou que era devido às festas de final de ano, com o pessoal indo viajar e fazendo as reuniões familiares, mas isso se manteve e notou também o aumento da positividade desses testes que estavam sendo feitos. A positividade, que nas outras ondas de Covid chegou a 15%, tinha caído para 2, 3%, e agora, nesse início de ano, chegou a bater 40%”, diz Alex Galoro, diretor da associação.

A entidade reconhece que há risco de desabastecimento nos exames, porque a maioria dos insumos é importada.

“Foi muita gente se contaminando ao mesmo tempo. No andamento da pandemia houve uma adequação dos fornecedores, eles conseguiram aumentar a capacidade produtiva e essa situação estava estabilizada. A gente conseguia oferecer testes a todo mundo que tinha necessidade. Nesse momento, a gente já chega posterior à mesma onda que teve no Reino Unido e nos Estados Unidos, que a gente tem acompanhado, então foi uma demanda de insumo muito grande a nível mundial. Se a gente continuar com essa demanda, em pouco tempo a gente deve ter falta do teste e não conseguir oferecer o teste pra quem precisa ou pra quem mais precisa”, afirma o diretor da entidade.

Uma das três principais importadoras de testes do Brasil relata que, nos primeiros dez dias de janeiro de 2022, houve um aumento de 400% na venda de testes contra Covid-19 quando comparado à média mensal dos meses de 2021, que foi de 200 mil exames.

Apesar do aumento da demanda, a importadora diz que continua mantendo o mesmo preço desde o início da pandemia e já comercializou mais de 7 milhões de unidades de teste desde março de 2020.

.

.

.

.

G1

Compartilhe  

últimas notícias