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Após EUA, União Europeia não reconhece Lukashenko como presidente de Belarus

A União Europeia anunciou nesta quinta-feira (24) que  não reconhece Aleksandr Lukashenko como presidente de Belarus por considerar que as eleições,

Após EUA, União Europeia não reconhece Lukashenko como presidente de Belarus
Após EUA, União Europeia não reconhece Lukashenko como presidente de Belarus

Redação Publicado em 24/09/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h05


Em nota oficial, entidade afirmou que resultados das eleições de Lukashenko foram falsificados e não seriam reconhecidos como legítimos pelo bloco

A União Europeia anunciou nesta quinta-feira (24) que  não reconhece Aleksandr Lukashenko como presidente de Belarus por considerar que as eleições, realizadas no dia 9 de agosto, foram fraudulentas e que o juramento feito em sigilo é “ilegítimo”.

“A União Europeia não reconhece os resultados falsificados. Nessa base, a chamada ‘inauguração’ de 23 de setembro de 2020 e o novo mandato reivindicado por Aleksandr Lukashenko carecem de qualquer legitimidade democrática”, diz a nota oficial publicada pela entidade.

Para os europeus, “essa ‘inauguração’ contradiz diretamente o desejo de grande parte do povo bielorrusso, como expressado em numerosos, sem precedentes e pacíficos protestos desde as eleições, e serve apenas para aprofundar ainda mais a crise política em Belarus”.

A nota se refere à cerimônia de posse e juramento de Lukashenko realizada nesta quarta-feira de maneira “secreta”, sem a tradicional transmissão pela TV pública, cobertura jornalística ou presença de líderes internacionais. Só se soube da posse para o sexto mandato consecutivo do chefe de Estado depois que ela terminou.

O comunicado ressalta que a postura do bloco é “clara” desde o início e que defende que os cidadãos “merecem o direito de serem representados por aqueles que escolhem livremente” através de uma disputa eleitoral “inclusiva, transparente e crível”.

O texto ainda elogia a “impressionante” postura dos bielorrussos que continuam a protestar pacificamente na luta pela democracia “mesmo com a repressão brutal das autoridades” nacionais. A UE ainda pede que todos os detidos sejam libertados “imediatamente”.

Desde que os primeiros resultados de boca de urna foram divulgados, os protestos começaram a ser registrados em inúmeras cidades do país. Desde então, todos os dias são realizadas manifestações pacíficas pelas ruas do país. Porém, a polícia prende centenas de cidadãos como forma de tentar reprimir os atos – considerados ilegais pelas autoridades.

Nesta quarta-feira, por exemplo, mais 364 pessoas foram detidas em “59 manifestações não autorizadas”, segundo informação do próprio Ministério do Interior.

O texto ainda é finalizado com um alerta para Lukashenko. “À luz da atual situação, a UE está revisando suas relações com Belarus”, pontua.

Os europeus, que classificam Lukashenko como “o último ditador da Europa” por ele estar no poder desde 1994 e controlar de maneira autoritária o país, se manifestaram desde o início contrários à permanência do presidente no poder, pois não consideraram o processo eleitoral justo. Além das fraudes no dia da votação, diversos opositores foram impedidos de concorrer à disputa.

No entanto, o político tem um forte apoio da Rússia e, particularmente, do presidente Vladimir Putin que, além de emprestar cerca de US$ 1,5 bilhão para Minsk, colocou uma unidade militar de reserva na fronteira do país e enviou cerca de mil soldados para um treinamento em Belarus.

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Ansa

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