Segurança na Internet

PGR prepara ação com STF para investigar dirigentes do Google e Telegram

A solicitação foi enviada ao Judiciário na última quarta-feira (11)

Sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília (DF) - Imagem: divulgação/MPF

Mateus Omena Publicado em 11/05/2023, às 12h27

A Procuradoria-Geral da República solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a instauração de inquérito para investigar os dirigentes do Google e do Telegram no Brasil que teriam apoiado uma campanha de desinformação contra o PL 2630, conhecido como “PL das Fake News”.

O pedido foi enviado ao Supremo na última quarta-feira (10) e está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que também é relator do inquérito das milícias digitais antidemocráticas;

A iniciativa da PGR se baseou em uma notícia-crime enviada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que enxergou "contundente e abusiva ação" das plataformas contra o projeto de lei.

Segundo o parlamentar, tanto o Google quanto o Telegram pretendem "resguardar seus interesses econômicos" e "tem lançado mão de toda a sorte de artifícios em uma sórdida campanha de desinformação, manipulação e intimidação".

Na ação, foram mencionados o link disponibilizado na página inicial do Google na semana passada e a mensagem disparada pelo Telegram a todos os usuários, ambos críticos ao PL das Fake News. Os dois já foram retirados do ar após polêmicas.

Para a Câmara dos Deputados, as plataformas podem ter cometido crimes contra as instituições democráticas, contra a ordem consumerista e crimes contra a economia e as relações de consumo.

“O cenário fático narrado aponta para a existência de elementos de informações mínimos da prática de conduta delituosa que fundamentam a possibilidade de instauração de procedimento de investigação sob a supervisão do Supremo Tribunal Federal, a exemplo do que ocorre em caso similar sob apuração desta Corte no Inquérito n. 4.874", informou a Procuradoria-Geral da República, em manifestação ao STF.

Guerra entre Moraes e Telegram

Na quarta-feira (10), o ministro Alexandre de Moraes mandou o Telegram deletar, em uma hora, a mensagem enviada contra o PL das Fake News. O magistrado também ameaçou suspender a plataforma no país por 72 horas caso ela descumprisse a medida.

Moraes determinou ainda que o Telegram envie novo comunicado dizendo que a mensagem anterior do aplicativo caracterizou "ilícita desinformação". A plataforma cumpriu a decisão e enviou o texto ontem a todos os usuários.

O ministro também determinou que a PF (Polícia Federal) interrogue os representantes legais do Telegram no Brasil em 48 horas. Ele defende que o aplicativo russo precisa dizer quem são "os responsáveis e as razões de terem autorizado a utilização dos mecanismos narrados na presente decisão que podem, em tese, constituir abuso de poder econômico".

STF Congresso Nacional Crime FAKE NEWS ALEXANDRE DE MORAES TELEGRAM Polícia Federal PL das Fake News

Leia também