Violência contra a mulher

CENA FORTE - Juiz estupra a própria esposa e grava momento doloroso

O caso está sendo investigado pelo Ministério Público de São Paulo

O juiz Valmir Maurici Júnior, da 5ª Vara Cível de Guarulhos foi acusado pelo estupro - Imagem: Freepik

Mateus Omena Publicado em 27/03/2023, às 16h24

O juiz Valmir Maurici Júnior, da 5ª Vara Cível de Guarulhos, em São Paulo, está sendo acusado pela mulher por violência física, sexual e psicológica.

Em janeiro, a vítima conseguiu medida protetiva na Justiça, que proíbe o magistrado de se aproximar ou manter contato com ela ou com seus familiares. A decisão obrigou que Valmir entregasse a arma da qual tinha direito de posse por ser juiz.

Segundo a TV Globo, existem vídeos que mostram as agressões sofridas pela mulher. Nas imagens, o juiz dá tapas, empurrões, chutes e xinga a vítima.

Em outra gravação, feita pelo próprio homem, ele submete a mulher a uma relação sexual que, segundo ela, não teve consentimento, o que configura crime de estupro.

O Ministério Público de São Paulo está investigando o caso e trata os fatos como "gravíssimos". Segundo o órgão, o juiz "demonstrou comportamento violento, manipulador, desviado, e que potencialmente colocaria em risco a integridade da vítima e dos seus parentes".

"Ele usava de vários mecanismos para me deixar confusa. Ele falava: é só dar um tapa. Eu consegui perceber que saiu do contexto sexual quando eu tava na cozinha, fazendo alguma coisa, ele me dava um tapa na cara, puxava meu cabelo", contou a vítima à TV Globo, em dezembro do ano passado.

A esposa começou a gravar as agressões com o celular, escondido no quarto, para obter provas das violências que sofria.

Quando ela deixou a casa onde morava, levou um cofre que portava diversos arquivos, entre eles um vídeo gravado pelo próprio juiz, que registrou um estupro.

Na época, Valmir Maurici chegou a denunciar a mulher por furto qualificado, o que resultou num inquérito, que está em andamento na Delegacia de Caraguatatu. O material que estava dentro do cofre foi encaminhado para perícia no Ministério Público.

As autoridades informaram que a vítima teve ansiedade, depressão e precisou ser internada com quadro psicótico em dezembro. "Eu não tenho vida mais. Perdi vontade de tudo, perdi vontade até de viver".

A defesa do magistrado nega todas as acusações e disse que "repudia com a mesma veemência vazamentos ilegais de processos que correm em segredo de Justiça".

Crime justiça estupro LEI São Paulo Ministério Público Violência contra mulher

Leia também