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9 em cada 10 cadastrados em lista de ‘bom pagador’ são das classes D e E

Os brasileiros de renda mais baixa são os que mais participam de forma voluntária do Cadastro Positivo – uma lista de "bons pagadores" que mostra quem não tem

9 em cada 10 cadastrados em lista de ‘bom pagador’ são das classes D e E
9 em cada 10 cadastrados em lista de ‘bom pagador’ são das classes D e E

Redação Publicado em 15/09/2016, às 00h00 - Atualizado às 13h11


Consumidores da classe C formam 9,87% do cadastro positivo, diz SPC.
Maior parte dos inscritos tem idades entre 25 e 38 anos.

Os brasileiros de renda mais baixa são os que mais participam de forma voluntária do Cadastro Positivo – uma lista de “bons pagadores” que mostra quem não tem o nome sujo, segundo um levantamento nacional divulgado nesta quinta-feira (15) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

CADASTRO POSITIVO (Foto: ARTE/g1)

A cada 10 inscritos no Cadastro Positivo, nove (85,75%) pertencem às classes D e E – mais da metade (54,10%) da classe D e 32,65% da classe E, diz o SPC. Os consumidores da classe C representam 9,87% da lista e os das classes A e B apenas 1,38% dos cadastrados.

As famílias das classes D e E possuem o menor poder aquisitivo, não costumam ter acesso a serviços financeiros e enfrentam dificuldades para comprovar a renda e conseguir crédito, segundo o SPC.

Em vigor desde agosto de 2013 após uma resolução do Banco Central, o Cadastro Positivo é um banco de dados que funciona de maneira inversa ao chamado Cadastro Negativo. Em vez de catalogar o CPF de inadimplentes, a lista mostra o histórico de pagamentos em dia.

O levantamento do SPC também mostra que após aderirem ao Cadastro Positivo, as financeiras e os bancos (52,83%) foram os que mais buscaram consumidores da ‘lista de bons pagadores’. Outros segmentos foram estabelecimentos que vendem artigos e peças de vestuário (16,97%), comércio de calçados (16,44%) e empresas de telefonia (13,76%).

Adultos jovens lideram lista
Segundo o estudo, a maior parte das pessoas que aderiram ao Cadastro Positivo é composta por consumidores recém-iniciados na fase adulta da vida ou em fase da maturidade profissional e com famílias já constituídas. Do total de inscritos, 44,37% têm entre 25 e 38 anos de idade.

Renegociação de dívida (Foto: Divulgação/ Procon Campos)

Brasileiros do Centro-Oeste lideram a lista (Foto: Divulgação/ Procon Campos)

A segunda faixa etária de maior destaque são consumidores entre 39 a 45 anos (15,24%). Os mais jovens, compreendidos na faixa de 18 a 24 anos, representam 12,57%. Completam a lista os adultos de 46 a 52 anos (11,08%), de 53 a 59 anos (7,74%) e os idosos acima de 60 anos (6,94%). Na participação por gênero, 47,04% são mulheres e 50,97%, homens.

São os brasileiros da região Centro-Oeste os mais interessados em participar do Cadastro Positivo: eles representam 47,68% da fatia. Em seguida, aparecem as regiões Sul e Sudeste, que juntas agregam 27,83% e as regiões Norte e Nordeste, que também de forma associada somam 24,50% do total de inscritos.

Em 2016, as regiões Sul e Sudeste foram as que mais cresceram na quantidade de adesões se comparado ao ano passado: crescimento de 59,15% de um ano para o outro. Na região Centro-Oeste, a alta na quantidade de novos inscritos foi de 51,35% e nas regiões Norte e Nordeste, houve um aumento de 51,29%.

Sete em cada 10 não têm contas em atraso
Embora liste apenas o histórico de pagamentos em dia, não são somente os consumidores adimplentes que podem aderir ao Cadastro Positivo – quem está ou esteve com o nome negativado em virtude de qualquer atraso também pode.

Quase um quarto (24,14%) dos inscritos na lista tem restrições no CPF. Por outro lado, sete (73,87%) em cada dez no cadastro têm as suas contas em dia. Desde 2013, há uma redução da participação de inadimplentes no total de inscritos no Cadastro Positivo. Em 2015, os adimplentes eram 66,12% e os inadimplentes eram 32,70% – um aumento de 7,75 pontos percentuais nos adimplentes, enquanto que os inadimplentes do Cadastro Positivo tiveram recuo de 8,56 pontos percentuais.

Entre os que aderiram ao Cadastro Positivo mas têm contas atrasadas, as empresas que mais negativaram o CPF foram as de telefonia, internet e TV por assinatura (22,80%), comércio especializado na venda de artigos e vestuários (11,35%), distribuidoras de energia elétrica (10,08%), comércio de calçados (6,91%) e lojas de eletrodomésticos (5,93%).

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