Cientistas demonstraram em estudo que os henipavírus "sequestram" mecanismo usado pelas células para combater danos ao DNA e prevenir mutações que deflagram
Redação Publicado em 03/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 12h24
Cientistas demonstraram em estudo que os henipavírus “sequestram” mecanismo usado pelas células para combater danos ao DNA e prevenir mutações que deflagram formas de câncer. A pesquisa abre espaço para o entendimento de como infecções estão relacionadas ao câncer.
A pesquisa foi publicada nesta sexta-feira (3) na “Nature Communications” e foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Monash (Austrália).
Os henipavírus estão entre os mais letais vírus conhecidos pelo homem e não têm tratamentos eficazes. Transmitidos por animais selvagens, dois deles são mais conhecidos: o Hendra, letal para humanos e cavalos, e o Nipah, com casos registrados no leste e sudeste da Ásia.
Os vírus constam em uma lista da Organização Mundial da Saúde de micro-organismos prioritários que devem ser objeto de mais pesquisas científicas.
Gregory Moseley, pesquisador da Universidade de Monash e um dos autores do estudo, explica que os henipavírus, conseguem se reproduzir quando infectam a célula e sequestram um mecanismo usado por elas para prevenir mutações prejudiciais ao organismo.
“O vírus usa um mecanismo que as células utilizam para se proteger contra eventos como o envelhecimento e mutações que levam ao câncer” — Gregory Moseley, pesquisador da Universidade de Monash.
Eles enviam uma proteína para parte da célula — chamada nucléolo. Essa proteína viral interage com a celular e impede o mecanismo de reparação conhecido como ‘Treacle’.
O hendra e o Nipah se espalharam dos morcegos para outros animais e seres humanos, segundo estudos. Eles sugiram na década de 1990, com o Nipah envolvido em um surto na Malásia em 1998.
“Como o Ebola, se você tem um surto realmente grande e não é contido, pode ser desastroso” — Gregory Moseley.
Segundo o especialista, as descobertas do estudo adicionam insights sobre como os vírus se comportam de maneira mais geral. A ideia é tanto trabalhar no desenvolvimento de uma terapia, quanto entender mecanismos do cãncer.
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