Diário de São Paulo
Siga-nos

UFC 263: Carlos Boi dispara contra juiz após decisão dividida: “Não entendi nada”

O entrevista de Carlos Boi ao Combate aconteceu por vídeo enquanto o lutador peso-pesado estava no aeroporto, próximo do embarque de volta para o Brasil.

UFC
UFC

Redação Publicado em 16/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h46


Peso-pesado discorda de marcação a favor de Jake Collier por um dos juízes, apesar de vencer americano. Ele espera voltar a lutar em setembro e desafia Greg Hardy, e promete baixar o peso

O entrevista de Carlos Boi ao Combate aconteceu por vídeo enquanto o lutador peso-pesado estava no aeroporto, próximo do embarque de volta para o Brasil. Depois de vencer Jake Collier por decisão dividida no sábado, no UFC 263, em Phoenix, o lutador peso-pesado e sua equipe alugaram um carro e comemoraram o terceiro triunfo seguido com algumas horas em Las Vegas. Não deu tempo de rever com calma a luta.

– Se ficasse um dia a mais (em Vegas) não ia conseguir aproveitar. Estou morto!! Se dormi três horas da minha luta para cá, foi muito (risos)! Vi os melhores momentos só, mas estou doido para chegar e ver a luta completa. Estou agoniado para ver logo!

Mas Carlos Boi esteve lá dentro e se mostrou inconformado com a decisão dividida dos juízes. Dos três responsáveis pela marcação, dois deram vitória ao brasileiro por 29-28, mas outro viu o mesmo placar a favor do americano.

– Não era para ser uma “split decision”, era para ser uma “unanimous decision”. Não sei como um juiz conseguiu ver o cara vencendo, pelo amor de Deus! Sinceramente, não consegui ver (esse resultado). Já perguntei a várias pessoas do meio, a gente já olhou nos sites, e a maioria deu para a gente. De 12 (sites), só dois deram para o cara. Mas estou doido para assistir a luta, dar uma estudada. Gosto muito de estudar através das minhas próprias lutas, é importante para ver onde está pecando e tentar corrigir para as próximas.

As quatro lutas feitas por Carlos Boi no UFC foram para a decisão, com três vitórias, sendo duas por decisão dividida e outra por unanimidade. O lutador revelou que o triunfo no UFC 263 foi o que o deixou mais confiante de que viria a vitória.

– Não (estava esperando a decisão dividida). Sabia que tinha pedido o primeiro round, mas não achei que um juiz ia dar a vitória para ele nunca. Das minhas três vitórias, a que estava mais certo que iria ganhar era essa, e veio a “split decision”. Não entendi nada.

Agora com um cartel que soma 11 vitórias e apenas uma derrota, Boi já olha para frente. Ainda fora do ranking da categoria, ele acredita que um duelo com Greg Hardy pode ser perfeito para a ocasião. Ele quer voltar a lutar em setembro.

– Não estou falando isso só por querer lutar (com ele). Uma coisa que a gente faz sempre é estudar bem a divisão, e a gente acha que é uma luta boa para mim e uma luta que faz sentido essa com Greg Hardy.

Carlos Boi venceu Jake Collier por decisão dividida no UFC 263 — Foto: Getty Images

Carlos Boi venceu Jake Collier por decisão dividida no UFC 263 — Foto: Getty Images

No evento do fim de semana, Carlos Boi fez a primeira luta de seu novo contrato de quatro lutas. O brasileiro se vê em franca evolução na organização, e destaca o lado bom de ter estado por 15 minutos em ação no cage em cada uma das quatro lutas.

– Um fator para mim que é determinante é o tempo de luta. Como estava vindo de três lutas que foram por decisão, quanto mais tempo fico no octógono mais familiarizado fico. Não queria estar ganhando só por decisão, uma hora o nocaute vai ter que aparecer, mas tem o lado bom que me deixa mais à vontade (…). Essa luta mostrou um Boi mais à vontade no octógono, mais solto, mais veloz. No primeiro round acho que foi para ele, costumo usar o primeiro round para dar uma esquentadinha, sempre começo mais devagar mesmo. Mas é como sempre falo, conforme vai passando, vou acelerando, e os adversários vão pisando no freio.

E a falta de nocaute até aqui no UFC? Isso deixa Carlos Boi mais ansioso para vencer rapidamente? Ele garante que não, pelo contrário. Isso é algo que ele deixa apenas para a torcida.

– Para mim, o importante é a vitória. E mais importante ainda é fazer uma boa luta, que é o que venho mostrando. Para mim, o principal é fazer uma luta empolgante, uma luta que a torcida goste. E não gosto de botar esse peso de ter que nocautear porque posso acabar me precipitando em alguma coisa, e até me prejudicar saindo da estratégia. A cobrança da torcida (pelo nocaute) vai ser normal, mas a minha cobrança quanto a isso não pode existir de jeito nenhum porque vai me atrapalhar.

Carlos Boi e sua equipe após mais uma vitória no UFC — Foto: Mike Roach/Zuffa LLC

Carlos Boi e sua equipe após mais uma vitória no UFC — Foto: Mike Roach/Zuffa LLC

O evento em Phoenix, que contou com casa cheia na arena, foi o primeiro de Carlos Boi com público completamente liberado no local. Antes, ele fez as três lutas em Abu Dhabi, e apenas uma delas com um público reduzido de 2 mil pessoas. Ele comemorou o incentivo das arquibancadas.

– Top demais! Sou um lutador movido pela torcida, pode ser contra ou a favor. A favor é bom, mas contra também gosto, me dá uma motivação. Fiquei até surpreso que, como os americanos são muito patriotas, eu não esperava que a galera me apoiasse e não apoiasse ele. Sinal de que a galera está gostando do que está vendo, então isso é bom.

Para a próxima luta, o lutador baiano de 26 anos prometeu mudanças no corte de peso. Ele vai tirar essa semana para descansar e ficar longe da dieta, mas logo estará de volta a um maior controle com a alimentação.

– Vou consertar o olho que está um pouquinho avariado ainda, ganhei essa maquiagem (risos). Mas semana que vem já volto a treinar. Lógico que não vou voltar a treinar como um louco, não estou em camp, mas não gosto de ficar parado, gosto de manter o corpo sempre ativo. E uma coisa que está no planejamento é não subir tanto o peso. Tenho o costume de querer comer o mundo todo depois das lutas e subir muito o peso, e agora vou dar uma controlada. Perdi praticamente 17kg em três meses de camp, então essa semana vou usar de folga e dar uma extravasada, e depois volto a fazer uma dieta, não restrita, mas para manter o peso. Cheguei um pouco mais leve nessa luta, e na próxima quero chegar mais leve ainda, e depois também, até chegar no meu peso que estava acostumado a lutar, com 115kg (…). Na luta anterior subi para pesar antes e estava com 126kg, e antes dessa agora fui lutar com 121kg, cinco quilos mais leve. Não me sentei em nenhum intervalo de round, terminei a luta bem, no gás, faria mais dois rounds tranquilamente. Com quatro, cinco quilos que tirei já senti essa diferença, imagina se tirar mais quatro, mais cinco, vou virar uma máquina de guerra!

.

.

.

Fontes: Ge – Globo Esporte.

Compartilhe  

últimas notícias