Os dois suspeitos de matar e acorrentar à cama uma mulher em São José do Rio Preto (SP) estiveram nesta quinta-feira (23) frente a frente com o delegado que
Redação Publicado em 24/03/2017, às 00h00 - Atualizado às 09h22
Os dois suspeitos de matar e acorrentar à cama uma mulher em São José do Rio Preto (SP) estiveram nesta quinta-feira (23) frente a frente com o delegado que investiga o caso para uma acareação. A polícia pôde comparar os depoimentos de Francisco Lopes Ferreira e Juvenal Pereira dos Santos, que moravam juntos na chácara onde aconteceu o homicídio. Francisco, que já tinha confessado o crime, acabou, segundo a polícia, assumindo que asfixiou e abusou sexualmente de Simone de Moura Facini Lopes, de 31 anos. Já Juvenal nega, desde o dia da prisão dele, que tenha alguma participação no homicídio.
Juvenal foi levado para a Delegacia de Investigações Gerais por uma equipe da polícia. Ele está preso desde sexta-feira (17), quando foi levado para a cadeia de Catanduva (SP). Foi ele quem ligou para a polícia no dia do crime para falar que encontrou o corpo da vítima. Francisco Ferreira teve alta hospitalar nesta quinta-feira (22), passou a noite na carceragem do plantão policial.
Foi a primeira vez que os dois foram colocados frente a frente, depois de serem presos. Apesar de Francisco ter assumido que cometeu o homicídio sozinho, as versões individuais apresentadas pelos suspeitos não batem com as evidências da polícia.
A acareação durou mais ou menos duas horas. Dessa vez, falando de frente para o parceiro, Francisco assumiu agressões contra a vítima que vinha negando. “Assim que Francisco chegou foi mostrada uma foto da necropsia da Simone e assim que ele viu a foto ele confessou que a esganou. Ele também comprovou o estupro, na legislação de hoje, que seria atentado violento ao pudor na legislação anterior”, afirma o delegado Alceu Lima de Oliveira Júnior.
Em relação às roupas de Simone que a polícia não encontrou, Francisco disse que ainda estão na chácara, onde o crime aconteceu. O que Juvenal não conseguiu explicar foram as ligações dele para a Polícia Militar desde 19h do dia do homicídio. Segundo a polícia, foram cinco ligações até as 22h e, em uma delas, ele falou sobre o crime. Ele falou que se lembra só da última ligação.
A polícia agora aguarda a conclusão do laudo da perícia e a reconstituição do crime para terminar o caso. Por enquanto, os dois suspeitos continuam presos temporariamente. Juvenal Pereira dos Santos nega, desde o dia da prisão dele, que tenha alguma participação no crime.
O marido de Simone, César Augusto Lopes, disse em entrevista que evita saber detalhes sobre o que aconteceu com a mulher. Ele diz que prefere se poupar, mas soube por familiares que Francisco confessou o crime.
Lopes conta que, além de alfabetizar Francisco, a mulher levava comida para o suspeito todos os dias na hora do almoço e, às vezes, ia à noite também. “Ela ia fazer a alfabetização, o estudo bíblico, e fazia com amor. De vez em quando, eu a via pegar o caderninho corrigir os estudos dele e organizar para o próximo dia. A gente não consegue imaginar como um ser humano pode fazer esta atrocidade que ele fez com minha esposa, que só fez o bem para ele”, afirma.
O crime
A vítima frequentava a chácara, onde foi encontrada morta e acorrentada à cama, há cerca de seis meses. O crime aconteceu no domingo, dia 12 de março. Segundo a família, Simone ensinava Francisco, que tem 64 anos, a ler e a escrever.
Francisco deu depoimento para a Polícia Civil dentro do Hospital de Base. No vídeo (veja acima), ele conta o que aconteceu no dia do crime e o que o motivou a matar Simone. De acordo com o delegado Alceu Lima de Oliveira Junior, ele confessou a forma que desferiu as marretadas, o modo que a acorrentou, o horário e como todos os fatos se desenvolveram.
Segundo a família, a voluntária saiu de casa por volta das 11h e, no final da tarde, ainda não tinha voltado. A família ficou preocupada, mas quando o marido foi até a chácara o crime já tinha acontecido.
De acordo com o boletim de ocorrência, Simone estava seminua e foi presa com correntes que prendiam pés e mãos, todas fechadas com cadeados. A vítima tinha ferimentos graves na cabeça. Uma marreta com marcas de sangue, possivelmente usada no crime, foi apreendida.
Segundo a polícia, Juvenal, que mora na casa com Francisco, foi quem chegou primeiro na cena do crime e chamou a polícia. Ele entregou aos investigadores a marreta. Já o aposentado que recebia a ajuda de Simone não estava no local e ficou desaparecido por 10 dias. A Polícia Científica esteve no local e coletou materiais, que devem ajudar nas investigações.
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