O estado do Rio de Janeiro promove, hoje (7), o segundo Dia D de vacinação contra o sarampo este ano. A meta do governo estadual é vacinar durante a campanha,
Redação Publicado em 07/03/2020, às 00h00 - Atualizado às 17h57
O estado do Rio de Janeiro promove, hoje (7), o segundo Dia D de vacinação contra o sarampo este ano. A meta do governo estadual é vacinar durante a campanha, que começou em 13 de janeiro, 3 milhões de pessoas, entre seis meses e 59 anos de idade para evitar uma possível epidemia da doença.
“A gente corre o risco de ter no estado uma grande epidemia de sarampo. Seria muito prejudicial ter uma grande epidemia de sarampo sobreposta a uma eventual epidemia de corona [novo coronavírus], se ela chegar mais na frente”, diz o secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos, que esteve, na manhã deste sábado no posto de vacinação montado na Praça do Leme, na zona sul da cidade do Rio.
Desde o dia 13 de janeiro, cerca de 700 mil pessoas foram imunizadas em todo o estado, de acordo com o governo do Rio de Janeiro, o que corresponde a 23,3% da meta definida pelas autoridades sanitárias estaduais.
No total, estado do Rio de Janeiro registrou 658 casos de sarampo desde o ano passado, sendo 412 registrados em crianças com até 9 anos de idade. De janeiro até 3 de março, a Subsecretaria de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde confirmou 196 casos de sarampo.
Santos alertou que a situação do sarampo é mais alarmante que a do novo coronavírus, que tem recebido atenção em todo o mundo e que, no estado, registrou dois casos de infecção até o momento. “O sarampo está aqui, já matou paciente, infelizmente no nosso meio, diferente do corona, que todos estão preocupados, que ainda não chegou de uma forma de livre circulação”.
O secretário convocou a população para que se vacine e traga seus filhos. “Se você tem dúvida se foi vacinado ou não, se vacine, não tem problema nenhum tomar uma dose a mais. O grande risco é não estar vacinado”, disse. “Se vacinar, se proteger, é um grande ato de cidadania antes de mais nada”.
Victor Hugo Silva, 21 anos, foi informado pelo chefe da campanha de vacinação e aproveitou o sábado para ir ao posto do Leme. “Não conheço ninguém que teve sarampo e não faço ideia do que seja a doença, mas acho importante me vacinar. Assim que fiquei sabendo [da campanha], vim”, diz.
Alexandre Sales, 46 anos, também tomou a vacina. O restante da família, a mãe dele e os filhos, já haviam se vacinado. “Achei importante tomar a vacina. Está tendo um surto. Pessoas estão tendo sarampo. É importante vacinar, não pode deixar passar”, defende.
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, transmitida por meio da fala, da tosse e do espirro. Os principais sintomas são mal-estar geral, febre, manchas vermelhas que aparecem no rosto e vão descendo por todo o corpo, tosse, coriza e conjuntivite. A vacina é fornecida pelo Ministério da Saúde e está disponível gratuitamente em postos de saúde municipais de todos os 92 municípios fluminenses.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, pessoas que apresentarem doenças agudas febris moderadas ou graves recomenda-se adiar a vacinação até modificação do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença. Também não é indicado o imunizante a quem recebeu imunoglobulina, sangue e derivados, transplantados de medula óssea, e também a quem apresenta alergia ao ovo e gestantes.
Na cidade do Rio, mais de 370 pontos de vacinação vão funcionar das 8h às 17h, incluindo as 233 unidades de Atenção Primária, que são as clínicas da família e centros municipais de saúde, e 140 postos extras. Na capital, a meta para o Dia D é vacinar 60 mil pessoas com idade entre 6 meses e 59 anos.
“A vacina é gratuita e não dói. Convidamos toda a população até 59 anos para que tomem a vacina. Principalmente aqueles entre 15 e 29 anos, onde há o maior risco de contágio”, disse o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, que participou da abertura do Dia D no Centro Municipal de Saúde Carlos Figueiredo Filho, no Borel, na zona norte da cidade.
Apenas em janeiro e fevereiro deste ano, o município do Rio teve 90 casos confirmados de sarampo, contra 114 registrados ao longo de todo o ano de 2019. Atualmente, mais 468 casos suspeitos estão em investigação.
AGENCIA BRASIL
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