O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou hoje (17) que as previsões para a economia brasileira em 2020 e em 2021 poderão ser revistas
Redação Publicado em 17/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 16h20
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou hoje (17) que as previsões para a economia brasileira em 2020 e em 2021 poderão ser revistas para melhor, se for confirmado crescimento no terceiro trimestre deste ano.
Campos Neto lembrou que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) cresceu 9,47% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o segundo trimestre.
Para o presidente do BC, há melhora nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) para este ano. E essa melhora pode influenciar também o resultado para 2021. “O terceiro trimestre vai ser muito importante para determinar a velocidade dessa revisão [nas projeções]”, disse Campos Neto, na abertura do 10º Congresso Internacional de Gestão de Riscos, organização pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Sobre a pandemia de covid-19, Campos Neto destacou que houve “grande explosão” no número de casos diários, principalmente na Europa. Ele citou os recordes de casos recentemente nos Estados Unidos – “talvez um reflexo do processo eleitoral”.
“Quando a gente olha na parte de óbitos, há uma evolução bem melhor, apesar de um aumento na Europa nas últimas duas semanas. Os leitos hospitalares começaram a ficar mais cheios, e alguns países começaram a anunciar novas medidas de distanciamento social. Mas a gente consegue acompanhar que, cada vez mais, as medidas de distanciamento social têm sido menos efetivas em termos de restringir a mobilidade”, afirmou.
Segundo Campos Neto, é preciso estudar o “custo benefício” dessas novas medidas para estimular o distanciamento social, que, em sua opinião, têm sido pouco efetivas. “Tem um ponto cultural, principalmente entre os jovens que, por uma razão ou outra, estão cansados e não estão seguindo à risca [as recomendações]. Acho que valeria um estudo de custo benefício”, enfatizou.
O presidente do Banco Central voltou a afirmar que a inflação observada recentemente no Brasil é estimulada pelos preços de alimentos e de commodities, produtos primários com cotação internacional. Ele citou ainda o efeito da concessão do auxílio emergencial e a substituição de gastos com serviços por alimentação em domicílio.
De acordo com o presidente do BC, as transferências de recursos para famílias no Brasil foram maiores do que para empresas, na comparação com outros países. Somente no Brasil e na África do Sul, houve mais transferências para as famílias do que para empresas, ressaltou Campos Neto, ao lembrar que aqui o auxílio foi desenhado para atender as famílias de “mais baixa renda”.
Campos Neto acrescentou que o nível de endividamento do Brasil é superior ao de outros países emergentes. “Claramente é uma situação de dívida que precisa ser endereçada”, alertou.
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Agência Brasil
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