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Polícia investiga venda irregular de túmulos em Andradina

A polícia em Andradina (SP) está investigando a venda de túmulos no cemitério municipal da cidade. Segundo a investigação, o mesmo túmulo foi vendido para

Polícia investiga venda irregular de túmulos em Andradina
Polícia investiga venda irregular de túmulos em Andradina

Redação Publicado em 22/07/2017, às 00h00 - Atualizado às 09h28


A polícia em Andradina (SP) está investigando a venda de túmulos no cemitério municipal da cidade. Segundo a investigação, o mesmo túmulo foi vendido para famílias diferentes. Os parentes não gostaram da história. Um homem, que não quer se identificar, foi uma das vítimas de um esquema de comercialização irregular de túmulos no cemitério.

“Sentimento de perder um ente querido nem me recuperei ainda da situação e estou me sentindo totalmente lesado. Paguei as taxas de sepultamento da minha mãe, um mês depois o delegado me intimou para ir até a delegacia prestar depoimento como testemunha. Ele disse que minha família estava sendo vítima dessa situação, que outra pessoa estava sepultada embaixo da minha mãe”, afirma.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. O inquérito aberto no mês passado tem várias denúncias e pelo menos 15 pessoas já foram ouvidas. “Estivemos no cemitério e constatamos as irregularidades. Realmente tem a venda indiscriminada de terrenos para sepultamento de pessoas, apuramos que não é de hoje, já é antigo. Bastava não ter plaqueta, ele vendia, sem importar se tinha gente dentro ou não”, afirma o delegado Tadeu Coelho.

A investigação também apontou que a venda dos túmulos era feita de forma aleatória, não tinha uma sequência por quadras, por exemplo. A polícia também diz que praticamente todos os pontos eram comercializados com a garantia de que o túmulo seria definitivo, mas na cidade existe uma lei que regulamenta a desapropriação de túmulos depois de três anos, caso o local esteja abandonado.

O problema é que, segundo a denúncia, a prefeitura fazia essa desapropriação sem seguir os procedimentos da lei, antes de comunicar as famílias e abrir um processo interno. Segundo o inquérito policial, cerca de 500 pessoas são enterradas por ano neste, que é o único cemitério de Andradina. A suspeita é de que o esquema tenha começado justamente porque não teria mais espaço.

Além da denúncia de irregularidade na comercialização dos túmulos, a polícia também investiga o suposto favorecimento de áreas desapropriadas. “Procuramos o Ministério Público e vai ser instaurado um inquérito civil, a polícia cuida da parte penal e, o que é importante agora é que novas pessoas, que tenham sido lesadas, que venha na polícia e faça o boletim de ocorrência”, diz o delegado.

O Ministério Público informou que, assim que a documentação chegar, vai analisar para saber qual procedimento será instaurado e que até agora foi comunicado sobre o caso apenas de forma extraoficial, pela polícia. A prefeitura de Andradina disse que vai apurar os fatos denunciados.

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