A comerciante de 21 anos foi encontrada morta, com perfurações no corpo e parcialmente carbonizada, na zona rural de Patrocínio Paulista em 26 de setembro, dois dias depois de marcar um encontro com o ex-namorado. Segundo as investigações, a jovem morreu depois de entrar no mesmo carro em que estiveram o ex, Lauany e Ítalo.
Além dos depoimentos, o delegado confirma ter em mãos todos os laudos solicitados, dentre eles o que confirmou a morte da jovem por traumatismo craniano, causado por uma pancada forte na cabeça com uma chave de roda, a perícia no local, que encontrou uma faca onde a jovem foi morta, na zona rural de Patrocínio Paulista (SP), além do carro onde a vítima esteve antes de morrer, onde havia indícios como galões vazios de gasolina e fios de cabelo.
Para o delegado, apesar da discrepância nas versões, o conjunto de provas é suficiente para confirmar a participação dos três no homicídio e dispensa a reconstituição.
“Eles negam o fato de terem atacado com violência, com os golpes que ocasionaram o traumatismo craniano, mas nenhum deles se omite na questão que teve a participação”, diz.
Neves está no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Franca e o casal segue preso na Cadeia Pública de Franca, no Jardim Guanabara.
As versões
Depois de uma acareação com os três suspeitos, o delegado voltou a ouvir Cantieri, sob o argumento de que ele não conseguiu falar quando estava diante de Lauany.
Em sua defesa, segundo Murari, o auxiliar de mecânico mencionou que, no carro em que saiu com Núbia, Lauany estava escondida no porta-malas, mas surpreendeu a vítima e as duas começaram a brigar. Cantieri disse também que, em determinado momento, notou que Núbia estava desacordada. Ele também reforçou a suspeita de que Lauany tinha o costume de andar com uma faca parecida com a utilizada no crime.
Segundo ele, naquele momento o casal teria procurado Ítalo Neves e pedido a ele que levasse a jovem a um pronto-socorro ou algum lugar próximo, e que somente soube do desfecho de Núbia mais tarde.
“Ele alega que então foram para casa do Ítalo, que teria pedido para que o Ítalo levasse a Núbia para um PS ou a deixasse em um local próximo, o Ítalo então assume o carro, sai e volta somente 40 minutos depois e não fala o que teria feito com ela”, descreve o delegado.
A versão difere da primeira história apresentada à polícia. Nela, Cantieri dizia que depois de levar Lauany para se encontrar com Núbia, no Distrito Industrial, as duas começaram a brigar com facas. Nessa briga, Núbia teria sido ferida e colocada no banco de trás do carro, que partiu em direção à casa de Neves, que teria levado o corpo da comerciante até Patrocínio Paulista.
Na acareação, Lauany também confirmou que estava escondida no porta-malas do carro conduzido por Cantieri, mas que no veículo também estava Ítalo. Segundo ela, depois de uma confusão com Núbia e de todos descerem do automóvel na zona rural de Patrocínio Paulista, a comerciante tentou esfaqueá-la, mas foi impedida pelos rapazes. Ela contou ainda que foi Neves quem esfaqueou a vítima, deixou o casal em casa e retornou à cena do crime sozinho.
No primeiro depoimento, a estudante de direito negou ter estado no local onde Núbia foi encontrada morta e que havia permanecido durante todo o tempo no apartamento do amigo Ítalo Neves.
Este, por sua vez, manteve a versão de que de que foi procurado pelo casal para levar o carro da jovem, em troca de drogas, até a Rodovia Nelson Rodrigues, em direção a Ribeirão Corrente (SP).