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PMs são presos suspeitos de executar homens com 30 tiros dentro de carro em SP; veja vídeo

Dois policiais militares foram presos neste domingo (13), por decisão da Justiça Militar, por suspeita de perseguirem e executarem dois homens, com

PMs são presos suspeitos de executar homens com 30 tiros dentro de carro em SP; veja vídeo
PMs são presos suspeitos de executar homens com 30 tiros dentro de carro em SP; veja vídeo

Redação Publicado em 14/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h44


Foram encontradas mais de 50 perfurações de bala nos corpos dos dois mortos que eram perseguidos por suspeita de assalto na última quarta (9).

Dois policiais militares foram presos neste domingo (13), por decisão da Justiça Militar, por suspeita de perseguirem e executarem dois homens, com aproximadamente 30 tiros, dentro de um carro parado na Zona Sul de São Paulo. As vítimas eram suspeitas de assalto. Elas não deram um tiro sequer, mas foram encontradas mortas com mais de 50 perfurações de balas pelos corpos.

O caso ocorreu na última quarta-feira (9), mas o crime só chegou ao conhecimento das autoridades após um vídeo, gravado por uma testemunha e que circula nas redes sociais, mostrar os agentes da Polícia Militar (PM) atirando contra os ocupantes do veículo, um Onix branco da Chevrolet.

O sargento André Chaves da Silva e o soldado Danilton Silveira da Silva, ambos do 1º Batalhão da Polícia Militar (BPM) foram presos e estão detidos no Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital. As prisões preventivas deles foram decretadas pelo juiz Ronaldo João Roth, do Tribunal de Justiça Militar (TJM), a pedido do Ministério Público Militar (MPM) e da Corregedoria da PM.

G1 não conseguiu localizar as defesas dos dois policiais presos para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem. Em seus depoimentos à Polícia Civil e a Corregedoria da corporação, eles haviam alegado que atiraram porque os suspeitos estavam armados e resistiram a abordagem policial. Um deles, segundo os agentes, chegou a atirar, mas o tiro não saiu.

Os dois homens mortos pelos policiais não tinham passagens criminais anteriores e aparecem como ‘pardos’ no boletim de ocorrência do caso. Felipe Barbosa da Silva tinha 23 anos e não teve a profissão informada pela investigação. Ele estava no banco do motorista e teve 27 perfurações de balas. Segundo o sargento e o soldado que atiraram, Felipe estava com um revólver calibre 38 com numeração raspada.

Vinicius Alves Procópio, de 19 anos, estava no banco traseiro e teve 23 lesões por tiros. Ele era estudante. De acordo com os dois policiais que disparam, Vinicius tentou atirar com um revólver calibre 32, mas o tiro falhou. A arma também tinha a numeração adulterada.

Prisões dos PMs

“Na apuração do envolvimento dos investigados, há prova do fato delituoso, apuradas por meio das imagens da ocorrência e dos depoimentos das testemunhas”, escreveu o juiz Roth, na sua decisão pela decretação das prisões dos dois policiais.

“Os fatos são gravíssimos, pois ocorreu a morte de dois civis, Felipe e Vinícius, com mais de 20 disparos em cada, sendo alvejados antes mesmo que pudessem sair do veículo. Por outro lado, os próprios policiais envolvidos declararam que não ouviram disparos por parte dos civis”, informa trecho do documento do TJM.

Houve excesso por parte dos investigados que, na condição de policiais militares, se afastaram do seu dever funcional, com a abordagem de veículo em descumprimento ao POP [Procedimento Operacional Padrão], realizando aproximadamente 15 (quinze) disparos cada, causando 27 (vinte e sete) perfurações em um civil e 23 (vinte e três) perfurações no outro, colocando em dúvida a credibilidade da instituição Polícia Militar, o que, demonstra a necessidade da prisão para a garantia da ordem pública”, escreveu o magistrado.

“Há também a suspeita de eventual fraude processual que possa ter ocorrido ao serem esses dois revólveres localizados na posse dos infratores, implantados na cena de crime”, comentou o juiz Roth, na sua decisão.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), as investigações seguem pela Corregedoria da PM e pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil.

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G1

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