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PM de escolta de prefeito de SP reagiu rápido e corretamente em tentativa de assalto, dizem ouvidor e especialistas

A ação de policiais militares da escolta do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), durante uma tentativa de assalto com dois ladrões armados na manhã de

PM de escolta de prefeito de SP reagiu rápido e corretamente em tentativa de assalto, dizem ouvidor e especialistas
PM de escolta de prefeito de SP reagiu rápido e corretamente em tentativa de assalto, dizem ouvidor e especialistas

Redação Publicado em 02/09/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h53


A ação de policiais militares da escolta do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), durante uma tentativa de assalto com dois ladrões armados na manhã de quarta-feira (1) foi “muito técnica” e “reagindo a uma injusta agressão”, entende o ouvidor das Polícias do estado, Elizeu Soares Lopes.

A tentativa de roubo ocorreu em frente à casa do prefeito em Interlagos, na Zona Sul da capital paulista.

A opinião dele é reiterada por outros especialistas em segurança pública ouvidos pelo G1, entre eles o ex-secretário nacional de Segurança Pública José Vicente e o coronel da reserva da PM Adilson Paes, que elogiaram a reação da agente da PM (leia mais abaixo).

As imagens da tentativa de assalto repercutiram nas redes sociais. O vídeo mostra dois homens, supostamente armados, anunciando assalto. Uma policial feminina à paisana tenta se proteger e revida com disparos.

Um suspeito morreu e outro, um estudante de 22 anos, foi identificado, mas segue foragido. A moto utilizada na ação foi localizada na casa do suspeito foragido horas depois na Cidade Dutra, na Zona Sul de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, ambos já eram investigados por outro roubo. Nenhuma arma foi apreendida.

“Nos parece que foi um crime de oportunidade. Os dois sujeitos estavam trafegando de moto e viram uma mulher indefesa e aproveitaram da oportunidade, tentando assaltar. Não sabiam que se tratava de uma policial e ainda uma PM com perícia, bastante manejo, que conseguiu reagir a uma injusta agressão de um criminoso com arma em punho”, afirma o ouvidor das polícias, Elizeu Soares.

“Não restava para a PM outra possibilidade, além de reagir, pois estava com a vida em risco. Aparentemente, pelas imagens, é uma ação legítima. A policial foi absolutamente correta para repelir a agressão, ela foi muito técnica “, salienta Soares.

Uso moderado da força

José Vicente da Silva Filho, ex-secretário Nacional de Segurança Pública, entendeu que a reação da PM foi “proporcional” e “usou dos meios moderados da força para repelir uma injusta agressão”.

“Pelo que deu para ver nas imagens, ela age de forma muito eficiente e competente. Quando a moto se aproxima, anuncia o assalto e saca a arma, ela se prepara, entra no modo defesa-ataque, e revida. Ela foi contida – a resposta padrão é dois disparos, para se você errar um. Mas ela deu um só”, afirma José Vicente.

“Nessa cena, eu não vejo falha na reação da policial feminina. Na minha avaliação, a reação dela foi na medida certa, correta”, entende também o coronel da reserva da PM Adilson Paes.

Ele diz, porém, que, na sua visão, houve uma “falha na equipe de segurança (do prefeito)”, pois a PM estava ao celular quando foi abordada pelos criminosos.

“Porque veja, eles estavam em um veículo oficial, fazendo a segurança do prefeito e sua família. Ela não estava com atenção na rua. O policial no volante devia estar fora do veículo, prestando atenção na rua, para não serem pegos de surpresa. A vida dos policias foi colocada em risco por uma falha de procedimento de segurança”, entende o ex-oficial.

Caso deve ser investigado

Tanto Adilson quanto o advogado Ariel de Castro Alves, especialista em direitos humanos e segurança pública pela PUC- SP e membro do Grupo Tortura Nunca Mais, defendem, porém, que a abordagem deve ser investigada, em especial as circunstâncias da morte do suspeito que fugiu e foi perseguido após a reação da PM, como se podem ver nas imagens (veja vídeo acima).

Tanto a Polícia Civil quanto a PM instauraram inquéritos para apurar o caso.

“Acho que o que está em aberto e precisa ser analisado é se o rapaz foi baleado pelas costas quando estava correndo em fuga. E, nesse caso, ainda precisa ser investigado se na perseguição a pé, o rapaz poderia ter sido detido”, afirma Ariel.

“Não é correto atirar pelas costas, se isso mesmo ocorreu, precisa ser analisado, pois esse não é o procedimento previsto nas normas operacionais da policia e não é que a lei permite”, defende Adilson Paes.

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G1

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