Diário de São Paulo
Siga-nos

Países do G7 prometem eliminar progressivamente o uso de carvão; saiba o porquê

G7 não estabeleceu uma data. Em comunicado, os sete países também disseram que vão tomar medidas ambiciosas contra poluição plástica

G7
G7

Redação Publicado em 27/05/2022, às 00h00 - Atualizado às 11h26


Ministros das democracias mais ricas do mundo concordaram nesta sexta-feira (27) em trabalhar para eliminar gradualmente a energia movida a carvão, sem estabelecer uma data para isso. O grupo de sete países também se comprometeu a tomar medidas ambiciosas contra a poluição plástica e aumentar os esforços para conservar ou proteger pelo menos 30% de suas próprias áreas costeiras e marinhas até 2030.

O compromisso, publicado ao final de três dias de conversas do G7 em Berlim, foi mais fraco do que um rascunho anterior do comunicado final visto pela agência Reuters, que incluía uma meta de acabar com a geração de energia a carvão até 2030. Segundo fontes, Japão e EUA indicaram que não poderiam apoiar a data.

Mas a promessa ainda marcou o primeiro compromisso dos países do G7 de abandonar a energia movida a carvão. O carvão é o combustível fóssil que mais emite CO2 e seu uso precisa despencar se o mundo quiser evitar os piores impactos das mudanças climáticas.

O G7 também concordou em descarbonizar em grande parte seus setores de energia até 2035 e interromper o financiamento público para projetos de combustíveis fósseis “ininterruptos” no exterior até o final deste ano, exceto em circunstâncias limitadas.

O comunicado assumiu um compromisso com um setor rodoviário altamente descarbonizado até 2030, incluindo o aumento significativo da venda, participação e aceitação de veículos leves de emissão zero.

Reunião do G7 para Clima, Energia e Meio Ambiente — Foto: Annegret Hilse/Reuters
Reunião do G7 para Clima, Energia e Meio Ambiente — Foto: Annegret Hilse/Reuters

Mudança significativa

Todos os países do G7, exceto o Japão, fizeram a promessa de financiamento na cúpula do clima COP26 no ano passado, e ativistas disseram que seria uma mudança significativa se o Japão – um dos maiores fornecedores mundiais de financiamento para projetos de combustíveis fósseis no exterior – participasse.

O Japão forneceu US$ 10,9 bilhões para esses projetos em média por ano de 2018 a 2020, com a maior parte gasta em petróleo e gás, de acordo com análise da organização sem fins lucrativos Oil Change International.

“Se o Japão implementar esse compromisso com integridade, ele transferirá diretamente US$ 11 bilhões por ano de combustíveis fósseis para energia limpa e terá um impacto indireto muito maior, dada a influência do Japão em outros financiadores na Ásia e em todo o mundo”, disse Susanne Wong, programa da Ásia, gerente na Troca de Óleo.

Ao abranger todos os combustíveis fósseis, incluindo petróleo e gás, o acordo vai além da promessa feita pelos países do G20 no ano passado de interromper o financiamento externo apenas para carvão.

G1
Compartilhe  

últimas notícias