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Opinião: dez impressões sobre o que vai bem e o que vai mal no Corinthians antes do mata-mata

Encerrada a primeira fase do Campeonato Paulista, vamos a dez impressões sobre o que vai bem, o que vai mal e o que esperar do mata-mata para o Corinthians.

Opinião: dez impressões sobre o que vai bem e o que vai mal no Corinthians antes do mata-mata
Opinião: dez impressões sobre o que vai bem e o que vai mal no Corinthians antes do mata-mata

Redação Publicado em 21/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 11h17


Encerrada a primeira fase do Campeonato Paulista, vamos a dez impressões sobre o que vai bem, o que vai mal e o que esperar do mata-mata para o Corinthians.

Na quinta-feira, o Timão recebe o Guarani em jogo único pelas quartas de final. A partida será às 19h, na Neo Química Arena.

1)

O Corinthians conseguiu fechar a primeira fase do Paulistão com a segunda melhor campanha e garantir pontos que podem ser preciosos para decidir uma possível semifinal em casa. Porém, a última impressão deixada foi ruim. Em que pese o desentrosamento dos reservas, a equipe decepcionou na vitória por 1 a 0 sobre o Novorizontino. O Timão trocou incríveis 753 passes, teve mais de 70% de posse em alguns momentos da partida, mas faltou ser mais rápido e vertical. A defesa jogava distante dos meias, e a bola tardava a chegar nos homens da frente. O problema era coletivo, mas foi agravado por atuações individuais ruins, como a de Giuliano, um dos jogadores que não aproveitou a oportunidade como titular. Tanto por desatenções quanto pelo cuidado em não fazer faltas (foram apenas cinco infrações cometidas), a equipe cedeu chances ao adversário e esteve perto de sofrer o empate. Mesmo com a entrada dos principais jogadores no segundo tempo, o nível seguiu baixo.

2)

O jogo deste domingo diz pouco sobre o momento presente e o futuro do Corinthians. Mas reforça a sensação de uma equipe ainda em formação, com atletas estreando pelo clube, outros ainda sendo conhecidos pelo treinador, jogadas ensaiadas com falhas de execução… Mesmo se Vítor Pereira tivesse começado 2022 no cargo, seria normal que a equipe chegasse a esse altura da temporada ainda carecendo de ajustes. Que dirá com apenas três semanas de trabalho.

3)

A lateral esquerda é um dos setores mais problemáticos do Timão neste início de ano. Depois de Lucas Piton levar um baile no clássico contra o Palmeiras, na última quinta, Fábio Santos voltou a ser titular neste domingo e também não teve boa atuação. Discreto no ataque, o veterano cedeu espaços em seu setor na defesa.

4)

Nos quatro jogos em que comandou o Corinthians, Vítor Pereira desmontou a linha defensiva no segundo tempo, sacando um lateral e colocando um atleta de outra posição. Com exceção do duelo contra a Ponte Preta, foi possível notar o setor vulnerável após essa alteração. Contra o Novorizontino, a defesa com três homens durou apenas 15 minutos. O português percebeu que o time do interior estava criando perigo por ali, uma vez que Mantuan não dava conta de atuar como ala, e corrigiu o problema com a entrada de João Victor. Essa alternativa pode ser útil no futuro, mas ainda carece de melhor ensaio.

Jogadores do Corinthians comemoram gol sobre o Novorizontino — Foto: Rodrigo Coca / Ag.Corinthians

Jogadores do Corinthians comemoram gol sobre o Novorizontino — Foto: Rodrigo Coca / Ag.Corinthians

5)

Vale destacar a evolução de Gustavo Mosquito. Cada vez mais confiante para arriscar dribles e jogadas de um contra um, o atacante agrega versatilidade por poder atuar dos dois lados do ataque. Contra o Novorizontino, ele foi o destaque no primeiro tempo.

6)

Cássio pode até não transmitir muita confiança ao jogar com os pés, mas deu conta do recado contra o Novorizontino. Ele acertou 10 de 17 lançamentos e 24 de 32 passes. Porém, ainda é preciso evoluir bastante. As primeiras partidas de Vítor Pereira mostram que o goleiro será cada vez mais acionado quando o time tem a bola. Com as mãos, o camisa 12 fez grandes defesas e, apesar de um rebote perigoso, saiu de campo sem ser vazado pela quinta vez em dez jogos em 2022.

7)

Arma usada para vencer o Novorizontino, o escanteio também é motivo de alerta no Corinthians. Um terço (três de nove) dos gols sofridos pela equipe no ano saiu em jogadas desse tipo. A equipe foi vazada assim contra Ituano, Mirassol e Palmeiras.

8)

Júnior Moraes será inscrito na fase final do Paulistão, mas é natural que fique na reserva na reta final. Após seu primeiro jogo (contra o São Paulo), Vítor Pereira falou sobre correções necessárias nas movimentações de Róger Guedes quando ele atua como centroavante, mas o camisa 9 está longe de estar entre as maiores preocupações do português no momento. Uma das prioridades do técnico deve ser criar alternativas para a construção ofensiva quando Renato Augusto está bem marcado. Também é preciso criar dinâmicas para que os homens de meio-campo estejam próximos com frequência. Quando isso acontece, as tabelas saem, e fica difícil deter o Corinthians.

9)

O ataque do Corinthians precisa mostrar força contra o Guarani. O adversário na quinta-feira teve a pior campanha e a pior defesa entre os classificados para a fase final do Paulistão. O Bugre também teve a quarta defesa mais vazada no Estadual, com 17 gols sofridos.

10)

Embora ainda em construção e com muita margem de melhora, o Corinthians entra como um dos favoritos no mata-mata do Paulistão. Ainda mais se, caso avance, confirmar a vantagem de disputar a semifinal em casa (possivelmente contra o São Paulo). A superioridade do Palmeiras, muito mais azeitado coletivamente, pode ser diluída numa eventual final com jogos de ida e volta. O Timão tem planos maiores do que o título estadual em 2022, mas ganhá-lo pode dar confiança para a equipe alçar voos ainda mais altos.

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GE

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