O Senado chileno aprovou por unanimidade, na tarde de ontem (21), o projeto de que garante a paridade de gênero nas candidaturas para os integrantes do órgão
Redação Publicado em 22/01/2020, às 00h00 - Atualizado às 15h32
O Senado chileno aprovou por unanimidade, na tarde de ontem (21), o projeto de que garante a paridade de gênero nas candidaturas para os integrantes do órgão constituinte que será composto para a criação da nova Constituição. O projeto já havia passado pela Câmara em dezembro, onde foi aprovado por 144 votos a favor e 1 contra. O Chile fará um plebiscito no dia 26 de abril deste ano para decidir se elabora uma nova Constituição.
A proposta do plebiscito foi aprovada em novembro, após o país enfrentar um mês de protestos contra a desigualdade, os baixos valores das aposentadorias e o alto custo da saúde. Os manifestantes pediram também uma reforma na Constituição.
Além da paridade de gênero, aprovada em ambas as Câmaras, foram aprovadas a criação de pactos eleitorais de independentes (pessoas não vinculadas a partidos políticos) e a reserva de lugares para representantes dos povos originários na composição do órgão constituinte, que será responsável pela redação da nova Carta Magna, caso seja aprovado o plebiscito.
Até as 15h de hoje (22), senadores poderão apresentar sugestões. Depois, o projeto ele segue para a chamada discussão em particular, que é a análise detalhada do texto em cada item.
Durante a sessão de ontem, os senadores concordaram sobre a importância de se ter instrumentos que facilitem a participação de independentes e o equilíbrio na representação de mulheres e homens na constituinte. Mas não houve consenso sobre qual será a fórmula, o mecanismo para se alcançar os objetivos.
Alguns parlamentares argumentaram que, ao criar um mecanismo para igualar o número de homens e mulheres, estariam alterando a vontade popular nas urnas. A discussão em particular deliberará sobre essa e outras questões específicas.
Outros parlamentares defenderam que, pela primeira vez na história do país, abre-se espaço para que os cidadãos realmente possam se expressar e para que, se as mulheres são mais de 50% da população chilena, que tenham representação igualitária nas tomadas de decisão, assim como devem ser ouvidos os povos originários e independentes.
EBC
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