A Polícia Federal realizou nesta segunda-feira (15) uma operação para prender integrantes de um grupo bolsonarista radical que tem liderado manifestações
Redação Publicado em 16/06/2020, às 00h00 - Atualizado às 09h50
A Polícia Federal realizou nesta segunda-feira (15) uma operação para prender integrantes de um grupo bolsonarista radical que tem liderado manifestações antidemocráticas em Brasília. A extremista Sara Fernanda Giromini, que usa o pseudônimo de Sara Winter, foi presa de manhã e outras cinco lideranças do grupo “300 do Brasil” foram alvos de mandados de prisão, mas não tinham sido encontrados até o fim da noite.
A defesa de Sara alega que a cliente foi alvo de uma “prisão política” . Em depoimento, a extremista negou ter participado do ato em que fogos de artifício foram disparados na direção da sede do Supremo Tribunal Federal (STF), no último sábado, dia 13. Sobre a manifestação realizada em 30 de maio, quando participantes com os rostos cobertos marcharam até a sede do STF carregando tochas, ela afirmou ter sido um protesto pacífico e baseado numa passagem bíblica.
As prisões temporárias, que têm duração de cinco dias, foram decretadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes atendendo a um pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. O chefe da PGR solicitou ainda em abril a abertura de inquérito para apurar a organização dos atos. Segundo a PGR, os pedidos de prisão foram apresentados por terem sido encontrados indícios de que os alvos estavam captando recursos financeiros para cometer crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.
Sara é uma das líderes do movimento, que havia montado um acampamento na Esplanada dos Ministérios, que foi desmantelado pela Polícia Militar no sábado. No mesmo dia, eles tentaram invadir o Congresso Nacional, sem sucesso. À noite, o grupo fez ato disparando fogos de artifício em direção ao Supremo.
Sara também é investigada no inquérito das fake news, sob suspeita de ameaça aos ministros do STF, e foi alvo de busca e apreensão em 27 de maio. Em vídeo, ela ameaçou Alexandre de Moraes, que é o relator do caso no Supremo.
Sara é alvo também de uma investigação por improbidade administrativa por suspeita de irregularidade na utilização de R$ 25 mil recebidos por ela do fundo eleitoral em 2018, quando se candidatou a deputada federal no Rio pelo DEM, mas não conseguiu se eleger. O partido a expulsou no início do mês, alegando que as atitude de Sara são contrárias aos padrões éticos e aos princípios do partido, de acordo com o presidente nacional da sigla, ACM Neto.
Desde que não conseguiu ser eleita deputada, Sara aposta na radicalização nas redes sociais, onde diz andar escoltada por seguranças armados e defende que ministros do STF “sejam removidos pela lei ou pelas mãos do povo”. Ela também costuma publicar fotos segurando armas. Entre abril e outubro de 2019, atuou como coordenadora-geral de Atenção Integral à Gestante e à Maternidade do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, por indicação da ministra Damares Alves.
Ao deixar a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde Sara está presa, a defesa da extremista disse que ela foi alvo de uma “prisão política”. ” Sabemos que isso foi uma prisão política . A princípio, são cinco dias de prisão preventiva, mas nós, como defesa, estamos entrando com habeas corpus”, disse a advogada Renata Félix.
Em depoimento à Polícia Federal, Sara buscou se descolar da autoria de atos antidemocráticos e negou que a atuação do grupo 300 do Brasil seja financiada pelo governo. Segundo ela, o grupo apoia o presidente Jair Bolsonaro, mas não recebe suporte de partido político nem de governos. A prisão de Sara foi efetuada como parte de um inquérito aberto no Supremo STF a pedido da Procuradoria-Geral da República no fim de abril. O objetivo da investigação é apurar os indícios de que o grupo organiza e capta recursos para atos antidemocráticos, enquadrados na Lei de Segurança Nacional.
Sobre a manifestação do dia 30 de maio, que foi comparada nas redes sociais às ações do grupo supremacista branco dos EUA Ku Klux Klan , Sara disse no depoimento, segundo o site G1, que “realizou o ato das tochas há duas semanas, mas ato pacífico, sem depredação do patrimônio público, com Corpo de Bombeiros e extintores, que inclusive pediram permissão à Polícia Militar para acender a tocha; que o ato foi baseado na passagem da Bíblia , no Livro de Juízes, capitulo 7, versículo 16, e foi um ato político e religioso”, relata o texto do depoimento.
iG
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