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Relator propõe mudanças para Bolsa Família e BPC

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), relator da medida provisória que criou o 13º pagamento do Bolsa Família, propôs no parecer sobre a proposta tornar o

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Redação Publicado em 05/02/2020, às 00h00 - Atualizado às 11h03


Comissão do Congresso responsável pelo tema discutiria relatório de Randolfe Rodrigues nesta terça, mas adiou por falta de quórum. MP previu 13º do Bolsa Família somente para 2019.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), relator da medida provisória que criou o 13º pagamento do Bolsa Família, propôs no parecer sobre a proposta tornar o pagamento permanente e estender para quem recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Ao anunciar a MP, Bolsonaro disse que o pagamento passaria a ser anual. Ao ser publicada no “Diário Oficial”, contudo, a medida só previu o pagamento em 2019.

Estava prevista para esta terça-feira (4) a leitura do relatório e a possível votação do texto, mas não houve quórum. Uma nova sessão foi marcada para esta quinta (5).

O Congresso pode aprovar a MP conforme a redação enviada pelo governo; aprovar a MP com modificações; ou rejeitar. Se a medida for aprovada com mudanças, caberá ao presidente Jair Bolsonaro sancionar o texto integralmente; parcialmente; ou vetar.

BPC

O BPC é um benefício no valor de um salário mínimo (atualmente R$ 1.045) pago a pessoas com deficiência de qualquer idade ou para idosos com idade de 65 anos ou mais que apresentam impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial.

Para a concessão deste benefício, é exigido que a renda familiar mensal seja de até R$ 261,25 por pessoa.

Mudanças no relatório

  • altera a lei que cria o Bolsa Família, com o objetivo de incluir os seguintes grupos: comunidades quilombolas, povos indígenas, moradores de rua, pessoas vítimas do trabalho escravo. O cadastro no programa, nestes casos, seria diferenciado;
  • atualmente, há “benefício para superação da extrema pobreza”, que é uma espécie de bônus, uma quantia extra para quem já recebe o Bolsa Família e ainda sim tem renda menor que R$ 89,00 por pessoa. Ele é pago às famílias cuja soma da renda e dos benefícios recebidos é inferior a este valor e também às famílias pobres que tenham em sua composição gestantes, crianças ou adolescentes de até 17 anos. O valor varia de acordo com a situação da família. A lei em vigor estabeleceu o pagamento em dobro desse bônus, no mês de dezembro, apenas no ano passado. O relatório estende para todos os anos, assim como faz com o 13º;
  • o parecer determina que, a partir de 2021, os benefícios do Bolsa Família serão reajustados de acordo com a inflação, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
  • para compensar os gastos com o pagamento de 13º para beneficiários do Bolsa Família e do BPC, Randolfe propõe que o Imposto de Renda incida e seja recolhido sobre as operações de distribuição de lucros e dividendos, pagos pelas empresas a sócios e acionistas. A alíquota seria de 15%, conforme o parecer. “Com base em um estudo da Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle do Senado, esta alteração poderia aumentar a arrecadação, já em 2020, no valor entre R$ 97 bilhões e R$ 124 bilhões”, diz o relatório. Randolfe pondera ainda que outra fonte de recursos poderá ser o aumento da alíquota da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL) dos bancos, medida alterada pela reforma da Previdência e que entra em vigor a partir de março do próximo ano.

“Se o governo não der quórum, é um erro para o próprio governo porque ele terá feito uma nova despesa sem que esta despesa tenha tido seu amparo legal. Estamos esperando o governo apontar quais são as fontes de recursos. Nós mesmos apontamos as fontes de recursos dos CSLL e outras fontes para poder suprir essas demandas”, disse Randolfe ao fim da reunião.

*Com informações de Globo

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