O ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro , Fabrício Queiroz, está se tratando, desde o final de dezembro de 2018, de um câncer no cólon, no Hospital Albert
Redação Publicado em 23/12/2019, às 00h00 - Atualizado às 16h04
O ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro , Fabrício Queiroz, está se tratando, desde o final de dezembro de 2018, de um câncer no cólon, no Hospital Albert Einstein, o maior e mais caro da América Latina. Só pelo tratamento de dezembro a 8 de janeiro, quando retirou o câncer, ele pagou R$ 133,5 mil em dinheiro vivo ao hospital.
E todo mundo sabe, desde o porteiro do Einstein ao mais atento investigador, que pagamento em dinheiro vivo é coisa de quem trabalha com dinheiro sujo, lavanderia e outras coisas mais. É clássico no meio policial: dinheiro vivo vem de caixa dois. Mas Queiroz não fez apenas a cirurgia no Einstein. Ele continua se tratando lá desde então. Chegou a alugar uma casa no milionário bairro do Morumbi para ficar mais perto do hospital israelita, onde continua fazendo quimioterapia e outras coisas mais. Esses tratamentos particulares custam o olho da cara.
Como sabemos, Queiroz ganha R$ 8,5 mil líquidos por mês como subtenente da PM do Rio, cargo pelo qual se aposentou, e ganhava outros R$ 6 mil no gabinete do ex-deputado Flávio Bolsonaro, cuja boquinha acabou em outubro de 2018, quando Flávio se elegeu senador e desativou o gabinete de deputado estadual do Rio. Portanto, com esse salário de ex-PM do Rio certamente ele não consegue bancar o hospital de milionários em São Paulo, tampouco a vida nababesca de morar no Morumbi, ao lado do centro médico. Vale lembrar, no entanto, que Queiroz fez um gordo caixa com a arrecadação de dinheiro dos funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia carioca.
Segundo o Coaf, ele recolheu pelo menos R$ 1,2 milhão dos funcionários, embora parte disso possa ter ido parar nas mãos do próprio Flávio, de acordo com as suspeitas do MP fluminense. O próprio MP fala que Queiroz pode ter movimentando em torno de R$ 7 milhões em dois anos. No começo do ano, quando Queiroz estava sumido, ISTOÉ foi até a casa do ex-PM na zona Oeste do Rio, e pode constatar que ele morava numa área controlada pela milícia e seus vizinhos mostravam os caminhos das ligações de Queiroz com os milicianos da área.
Como se sabe, a milícia tem um grande poder financeiro por cobrar proteção a comerciantes e outros servicinhos que fazem na periferia, como venda de gás, exploração do transporte coletivo por vans, entre outras coisas, que rendem um bom dinheiro à organização. Uma coisa é certa, o MP suspeita que Queiroz pode estar contando com a ajuda de inúmeros amigos que fez na política.
iG
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