Diário de São Paulo
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Motorista que matou 4 atropelados em São José é solto e vai responder em liberdade

O jovem de 19 anos que matou quatro pessoas atropeladas na rodovia Geraldo Scavone (SP-66), que liga Jacareí a São José dos Campos, vai responder em liberdade

Motorista que matou 4 atropelados em São José é solto e vai responder em liberdade
Motorista que matou 4 atropelados em São José é solto e vai responder em liberdade

Redação Publicado em 12/09/2017, às 00h00 - Atualizado às 09h42


Ele foi localizado por uma equipe da Rota no bairro Sacomã, na capital, e prestou depoimento em São José.

O jovem de 19 anos que matou quatro pessoas atropeladas na rodovia Geraldo Scavone (SP-66), que liga Jacareí a São José dos Campos, vai responder em liberdade pelo crime de homicídio com dolo eventual, quando a pessoa assume o risco de matar. Em depoimento à polícia na noite desta segunda-feira (11), ele negou que estivesse em alta velocidade e disse que não viu as pessoas.

O acidente aconteceu na madrugada da última quinta-feira (7), quando três pessoas pararam para socorrer um motociclista que havia se acidentado e caído na pista. Uma caminhonete passou e atropelou os quatro, que têm idades entre 18 e 28 anos. Entre a queda do motociclista e o atropelamento se passaram 17 minutos, segundo a polícia. O suspeito, que tinha carteira de habilitação provisória, não prestou socorro.

Mateus de Jesus Souza foi detido em São Paulo nesta segunda e trazido para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São José, onde chegou às 17h10. O depoimento começou por volta de 18h e terminou às 20h30.

Um grupo de cerca de 30 pessoas, entre familiares e amigos das vítimas do acidente, protestaram na porta da delegacia.

Por volta de 20h, enquanto Mateus permanecia na DIG, a polícia deteve pessoas que tentavam atear fogo na casa dele.

O delegado responsável pelo caso, Darci Ribeiro, disse que não houve flagrante, por isso Mateus não ficará preso, mas ele responderá por homicídio com dolo eventual. “Ele diz que não viu as pessoas, o crime choca. Agora vamos investigar como começou a ocorrência”, disse ele. “Vamos provar que naquela reta era impossível ele não ter visto”, disse.

O delegado também afirmou que um perito esteve na delegacia nesta segunda e fará o cálculo da velocidade do carro. De acordo com Ribeiro, havia uma moto no local com o pisca alerta ligado, o que facilitaria aos motoristas identificar a movimentação na rua.

No depoimento, Mateus negou ainda que tenha bebido. O delegado disse que vai procurar imagens dos locais em que ele esteve antes do acidente para verificar essa informação.

Prisão

Mateus estava escondido na casa de parentes em São Paulo, desde que um grupo de motociclistas invadiu a casa dele no Jardim das Industrias e destruiu o carro que causou o acidente e outro veículo que estava estacionado na garagem.

Segundo a PM, uma denúncia anônima levou os agentes das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar até uma casa no Sacomã, na zona sul da capital, onde o estudante de engenharia estava escondido. Após o atropelamento, ele se refugiou na residência de um amigo na Rua Vicente Gaspar. Os PMs levaram Mateus para a Divisão de Capturas, no centro, de onde ele foi transferido para São José.

Testemunhas negam que o jovem tenta tentado frear ou desviar do grupo. Uma câmera, supostamente do Centro de Operações Integradas (COI), registrou o momento do acidente. Nesta segunda-feira (12), a Polícia Civil também divulgou novas imagens obtidas do atropelamento.

Protesto

Amigos e parentes dos jovens mortos no acidente foram até à delegacia na tarde desta segunda e cobraram punição para o estudante que atropelou as vítimas. Raimundo Mathias, irmão de Moisés de Queirós Mathias, de 25 anos, pediu justiça.

“Espero justiça, porque ele não matou só quatro pessoas, ele me matou, matou minha mãe, famílias inteiras”

“Meu irmão era muito alegre, não bebia, não fumava, nunca deu problema para nós. Minha mãe, que tem 68 anos, acorda de manhã e vai ver se ele está no quarto”, finalizou.

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