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Justiça condena vereador Fábio Marcondes por compra de votos

Marcondes pode recorrer e permanece no cargo até que todos os possíveis recursos sejam julgados.

Justiça condena vereador Fábio Marcondes por compra de votos
Justiça condena vereador Fábio Marcondes por compra de votos

Redação Publicado em 10/02/2017, às 00h00 - Atualizado às 16h57


Vereador de Rio Preto perde direitos políticos e deve pagar multa.
Marcondes pode recorrer e permanece no cargo até julgamento de recurso.

A Justiça Eleitoral de São José do Rio Preto (SP) condenou nesta sexta-feira (10) o veredador Fábio Marcondes (PR) por compra de votos e abuso de poder econômico nas eleições do ano passado.

Marcondes pode recorrer e permanece no cargo até que todos os possíveis recursos sejam julgados.

O ex-presidente da Câmara foi condenado a cassação do diploma de vereador, a perda dos direitos políticos por oito anos e ao pagamento de multa.

Áudio
A TV TEM teve acesso, em primeira mão, à gravações de áudio do WhatsApp que fazem parte da ação contra o vereador Fábio Marcondes por compra de votos. As gravações trazem conversas entre o vereador e um cabo eleitoral, Rogério Martins, o mesmo que teve a casa aberta por policiais federais com mandados de busca, e na casa dele os agentes encontraram listas com nomes e mercadorias. Esse material o Ministério Público entende como presentes que o vereador dava a eleitores em troca de votos.

Os trechos das conversas são justamente sobre compra e distribuição de materiais. Se a Justiça acatar a acusação, essa conversa pode passar a ser entendida como configuração de compra de votos.

 No primeiro trecho, Marcondes pergunta sobre uma encomenda de uniformes de futebol. Há cortes na gravação original, principalmente na resposta do cabo eleitoral.

Fábio: O Rogério, o que o Dênis está ligando pra mim negócio de  uniforme mesclado?

Rogério: Não, não Fábio. Não é nada mesclado não. Eu tinha sentado com você lá na sala e conversei com você do racha, do Barcelona, que faz quase 20 anos. Foi quando a gente sentou para conversar. Aí você falou manda…Não pode ter meu nome, não pode ter meu nome mais porque começou a campanha e pode dar BO. Então não acha melhor fazer depois? Você falou para explicar para o Dênis que o uniforme não pode sair com meu nome. Então eu falei: Pode pedir? E você falou que pode pedir, mas não coloca meu nome.

Outra conversa é de Rogério Martins, o cabo eleitoral, com uma terceira pessoa sobre uma suposta autorização para fabricação dos uniformes. Mais uma vez o reforço para que o nome do então candidato não aparecesse na encomenda.

Rogério: Falei com o Fábio e ele falou assim que pode rolar as camisas lá do Barcelona, entendeu ou não?

Outra pessoa: 17 camisas né?

Rogério: Depois te passo, 17 camisas, 17 calções, duas camisas de goleio e dois calções. Só lembrando que ele pediu para não colocar o nome dele. A partir de agora não pode, só depois da campanha, agora ferra com ele. Esse aí sem o nome do Fábio, entendeu?

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