A Justiça de São Paulo absolveu quase todos os acusados de uma das 14 denúncias criminais do cartel de trens e do metrô. A investigação começou após
Redação Publicado em 29/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 13h21
A Justiça de São Paulo absolveu quase todos os acusados de uma das 14 denúncias criminais do cartel de trens e do metrô. A investigação começou após uma delação feita por seis ex-executivos da empresa Siemens.
Somente Agenor Marinho Contente Filho, da empresa CAF, foi condenado a dois anos de prisão por fraude em procedimento licitatório para obtenção de lucro próprio, além de pagamento de multa correspondente a 2% do valor do contrato licitado.
A juíza Roseane Cristina de Aguiar Almeida substituiu a prisão por prestação de serviços. Ela o absolveu de outras acusações, como fraude para aquisição ou venda de bens ou mercadorias.
O G1 não localizou a defesa de Contente Filho para comentar a condenação.
Em sua sentença, a magistrada afirma que o crime de cartel “não restou evidenciada nos autos”. Por isso, absolveu os demais seis réus de todas as acusações:
O promotor Marcelo Mendroni disse que vai recorrer da decisão.
A investigação de irregularidades nas licitações dos trens do Metrô e da CPTM teve como um de seus pontos principais o acordo de leniência (ajuda nas investigações) feito em 2013 entre a Siemens, acusada de participar de suposto cartel, e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão ligado ao Ministério da Justiça.
O desdobramento das investigações mostrou, no entanto, que o esquema poderia estar funcionando muito antes da denúncia feita pela Siemens. O suposto pagamento de propinas a governos no Brasil pela empresa Alstom teria tido início em 1997, segundo apuração iniciada pela Justiça da Suíça.
Em 2008, o jornal norte-americano “The Wall Street Journal” revelou investigações em 11 países contra a Alstom por pagamento de propinas entre 1998 e 2003. As suspeitas atingiam obras do Metrô e funcionários públicos. Foi neste ano que o Ministério Público de São Paulo entrou no caso, pedindo informações à Suíça e instaurando seu próprio inquérito.
Também em 2008 um funcionário da Siemens denunciou práticas ilegais no Brasil à sede alemã, dando detalhes do pagamento de propina em projetos do Metrô, CPTM de SP e Metrô DF. Em 2013, a Alstom recebeu multa milionária na Suíça e um de seus vice-presidentes acabou preso nos Estados Unidos.
No Brasil, a Siemens decidiu então fazer a denúncia ao Cade delatando a existência do cartel. Em dezembro, a ação chegou ao Supremo Tribunal Federal. A investigação se ampliou e mostrou que o esquema poderia ser bem mais amplo do que se imaginava.
Em 2014, o Cade ampliou o processo e passou a investigar licitações (de 1998 a 2013) em mais locais, além São Paulo e Distrito Federal. Entraram também nas apurações Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Segundo a Polícia Federal, o cartel era um jogo de cartas marcadas. As empresas não só superfaturavam em até 30% o preço das obras e dos trens, como combinavam qual delas faria a proposta vencedora de determinada licitação. Pelo acordo, quem vencia a licitação subcontratava as perdedoras. Para o esquema funcionar, as empresas pagavam propina a servidores públicos. Segundo a PF, lobistas intermediavam os pagamentos.
Leia também
ONLYFANS - 7 famosas que entraram na rede de conteúdo adulto para ganhar dinheiro!
VÍDEO: Maíra Cardi ignora comentários e fala sobre "chupar rola" na frente da filha
Pregadora tem vídeo íntimo vazado e faz desabafo: ''Não estou bem''
Após vídeos de sexo vazados, MC IG faz anúncio polêmico ao lado de Mari Ávila
Câmara toma decisão final sobre mandato de Gabriel Monteiro após escândalos sexuais
Projeto com multa de R$ 17,6 mil para quem doar comida continua em tramitação; sistema comprova
“Ninguém vai me forçar a sair”, diz Biden sobre eleições presidenciais
Dólar cai após semanas em meio a reuniões de Lula e Haddad
"Responsabilidade fiscal é compromisso" diz Lula em meio a discordâncias com o BC
Inquérito de apuração da morte de Gal Costa é concluído