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Juiz vê que Doria ‘não extrapolou’ com propaganda que mostra Márcio França gordo mas tira do ar por erro em legenda

A Justiça Eleitoral retirou do ar neste domingo (23) uma propaganda do candidato a governador de São Paulo pelo PSDB, João Doria, que usava imagens do

Juiz vê que Doria ‘não extrapolou’ com propaganda que mostra Márcio França gordo mas tira do ar por erro em legenda
Juiz vê que Doria ‘não extrapolou’ com propaganda que mostra Márcio França gordo mas tira do ar por erro em legenda

Redação Publicado em 24/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 15h37


A Justiça Eleitoral retirou do ar neste domingo (23) uma propaganda do candidato a governador de São Paulo pelo PSDB, João Doria, que usava imagens do candidato à reeleição, Márcio França (PSB), antes da cirurgia para redução do estômago e depois de emagrecer. Cabe recurso.

O comercial de Doria na televisão comparava as duas imagens de França com frases como “essa é uma foto do candidato Márcio França, que se apresenta como novo governador. E essa é uma foto do Márcio França, antes da eleição. Parecem dois candidatos diferentes, mas a história é uma só.”

Em representação apresentada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), os advogados de França argumentaram que o comercial tinha “intenção de degradação e ridicularização” da imagem do governador, com conteúdo ofensivo. O G1 procurou a assessoria de imprensa de Doria e aguarda retorno.

Além disso, a defesa do governador mostrou que a inserção estava indevidamente identificada, “pois utilizou a cor preta para identificar as legendas de todos os partidos que integram a coligação em fundo escuro”.

Ao analisar o pedido, o juiz auxiliar da propaganda eleitoral de São Paulo, Maurício Fiorito, concedeu o pedido de retirada do vídeo solicitado por França, mas não entendeu que houve uso idenvido da imagem do candidato. O magistrado apontou, porém, identificação dos partidos que integram a coligação de maneira inadequada no material.

“Há imagens do candidato Márcio França em diferentes datas e com diferentes formas físicas”, disse o juiz. “Verifica-se, em análise perfunctória, que a propaganda questionada, embora contenha crítica ácida, aparentemente não extrapolou os limites da liberdade de expressão e direito à crítica constitucionalmente assegurados, não acarretando em possível lesão à honra do candidato”, escreveu Fiorito.

“Por outro lado, é certo que toda propaganda eleitoral para eleição majoritária deve sempre mencionar a legenda partidária (art. 6º, § 2º, da Lei n. 9.504/97 e art. 6º da Resolução TSE n. 23.551/17) para correta identificação por parte dos eleitores. E, no caso dos autos, a propagada eleitoral questionada utilizou a cor preta para identificar a legenda partidária, de modo que, no fundo escuro empregado na veiculação em questão, não é possível identificar a legenda partidária, o que viola a legislação eleitoral”, disse o magistrado.

O juiz mandou a propaganda ser retirada do ar pelas emissoras, sob pena de R$ 10 mil de multa por ato de descumprimento.

‘Brincar com a doença’

No sábado (22), ao fazer campanha em Carapicuíba, na Grande São Paulo, França também não poupou críticas a Doria pelo comercial que exibiu comercial com uma foto de França quando ele era obeso. “Brincar com a minha doença, com a minha saúde, não é uma coisa correta nem pra ele nem pra ninguém. A política tem limite. Ele tem que entender que isso não se faz”, disse França.

“Quando eu fiz a cirurgia de diabete, eu fiz porque precisava, assim como milhares de pessoas precisam no Brasil. 16% das pessoas no Brasil têm diabete. Muitas delas morrem com problema cardíaco. É inaceitável. A brincadeira foi mostrar minha foto gordo depois magro, como se eu fosse uma sanfona. Coisa de gente desrespeitosa, de gente insensível”, declarou Márcio França na ocasião.

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