Deputados federais e manifestantes bateram boca nesta terça-feira (13) durante reunião da comissão especial da Câmara que discute o projeto de lei da escola
Redação Publicado em 13/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 13h23
Deputados federais e manifestantes bateram boca nesta terça-feira (13) durante reunião da comissão especial da Câmara que discute o projeto de lei da escola sem partido.
A reunião foi convocada para a leitura do parecer do relator, deputado Flavinho (PSC-SP). O projeto impõe regras aos professores sobre o que pode ser ensinado em sala de aula. O texto proíbe a manifestação de posicionamentos políticos, ideológicos ou partidários.
Entenda: a polêmica do projeto da escola sem partido
O texto também não permite que sejam discutidas questões de gênero e reforça que a educação religiosa, sexual e moral devem ficar a cargo da família, e não das instituições de ensino.
Segundo o projeto, os professores não podem se aproveitar da “audiência cativa” dos alunos para promover uma determinada corrente ideológica ou suas preferências morais e partidárias.
Assim como nas semanas anteriores, o acesso ao plenário da comissão foi restrito com a distribuição de 40 senhas para o público em geral. Segurando cartazes, manifestantes contrários e favoráveis à matéria se hostilizaram em diversos momentos.
Em um dos momentos mais tensos, o deputado Delegado Éder Mauro (PSD-PA) bateu boca com um manifestante contrário à proposta. Fazendo gestos com as mãos que imitavam armas, o parlamentar apontou para o grupo contrário à proposta e simulou atirar.
O vice-presidente da comissão, Pastor Eurico (Patri-PE), que conduzia a reunião, alertou que os manifestantes que não se mantivessem em silêncio seriam retirados do plenário.
Nos corredores, ao lado do plenário, grupos contrários e a favor do projeto gritavam palavras de ordem e cantavam músicas de protesto.
Marcada para as 9h30, a reunião teve início às 10h45 quando foi o atingido o quórum de 16 parlamentares presentes.
A sessão foi suspensa no início da tarde, sem ter sido feita a leitura do parecer. os trabalhos tiveram de ser interrompidos porque foi aberta a sessão no plenário principal da Câmara.
A expectativa é de que, após a leitura do parece, um pedido de vista (mais tempo para análise) adie a discussão e a votação da proposta no colegiado.
Defensores da proposta afirmam que o texto é para evitar a “doutrinação ideológica” nas escolas, que, segundo eles, geralmente é de esquerda. “Se estabeleceu uma hegemonia de uma corrente de pensamento nas nossas academias. Os professores ensinam que o capitalismo faz mal, mas não aprendem o que é metodologia de ensino”, afirmou o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN).
Críticos à matéria, porém, argumentam que o projeto fere a liberdade de aprender e ensinar e não estimula o pensamento crítico dos estudantes. “Na verdade, o projeto é escola sem diálogo”, ironizou o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS).
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