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Substância usada em esmalte pode aumentar risco de parto prematuro

Segundo cientistas estadunidenses, reduzir o consumo desse produto diminui também o número de partos antes do previsto

As substâncias aumentam o risco de parto entre 1 e 3 semanas antes do planejado - Imagem: Freepik
As substâncias aumentam o risco de parto entre 1 e 3 semanas antes do planejado - Imagem: Freepik

João Perossi Publicado em 19/07/2022, às 08h45


Cientistas do National Institute of Health, nos Estados Unidos, divulgaram esta semana um estudo na revista JAMA Pediatrics que afirma que o contato com substâncias presentes em esmalte e outros cosméticos aumenta significativamente o risco de partos prematuros.

Essas substâncias, chamadas ftalatos, foram encontrados em vestígios na urina de mulheres grávidas que passaram por um parto prematuro, segundo aponta pesquisadores.

Os ftalatos, presentes também em alguns detergentes e na embalagem de alguns alimentos, são derivados do ácido fitálico, utilizado para mudar a consistência de materiais como plástico.

Segundo o portal Ecycle o contato com os ftalatos gera um desequilíbrio hormonal, principalmente no hormônio pCRH, responsável pela gravidez saudável.

Essa substância foi encontrada em sua forma metabolizada na urina de mais de 96% dos partos prematuros analizados pela equipe. Colhendo dados de 16 outros estudos, os pesquisadores analizaram amostras urinárias de 6045 grávidas, entre 1983 e 2018, das quais 9% passaram por partos antes da hora.

Segundo o pesquisador Fernando Prado, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, “as descobertas mais consistentes foram para a exposição a um ftalato que é comumente usado em produtos de cuidados pessoais, como esmaltes e cosméticos”

O parto prematuro traz riscos bem maiores ao bebê, que muitas vezes não teve tempo o suficiente para formar toda a estrutura necessária para viver, como as funções respiratórias. Segundo os pesquisadores, reduzir em 50% o contato com os ftalatos pode diminuir em 12% a ocorrência desses partos. 

Embora não há lei que obrigue as fabricantes a informar a quantidade de ftalatos utilizada na confecção de um produto, a substância é extremamente tóxica, já sendo associada com episódios de má formação cerebral e câncer no fígado, além de outras doenças graves.

"É difícil para as pessoas eliminar completamente a exposição a esses produtos químicos na vida cotidiana, mas os resultados mostram que mesmo pequenas reduções em uma grande população podem ter impacto positivo tanto para as mães quanto para os filhos" completou o doutor. 

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