Por falta de bolsa de colostomia, paciente utilliza sacola de supermercado

Alexandre, de 40 anos, recebe 20 bolsas a cada 2 meses - Imagem: reprodução Pedro Trindade/Inter TV Cabugi

Manoela Cardozo Publicado em 11/11/2022, às 08h59

Há cerca de um mês, Alexandre Beveluto, de 40 anos, está utilizando uma sacola plástica de supermercado, amarrada com cadarços, para improvisar uma bolsa de colostomia.

O paciente da rede pública vive com a bolsa há aproximadamente quatro anos e segue a espera de uma cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital Universitário Onofre Lopes.

Acontece que, de um mês para cá, a situação apenas piorou. O ex-garçom, que não está trabalhando desde 2018, contou à Inter TV Cabugi que recebe cerca de 20 bolsas da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) para passar dois meses, mas não considera que o número seja suficiente, já que precisa trocar o acessório quase diariamente.

"Estou nesse sofrimento, em carne viva, usando sacola plástica de supermercado, vendo a hora pegar infecção, amarrada com cadarços de tênis. Minha pele está toda queimada. Não estou conseguindo dormir, comer, estou perdendo peso. Acho que perdi uns seis quilos desse mês para cá. Para quem já perdeu quase 60 nessas três cirurgias...Eu vou me acabar desse jeito", lamentou Alexandre.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte explicou que as bolsas de colostomia estão sendo entregues normalmente, sem nenhum tipo de interrupção.

"O paciente citado na reportagem está na lista de recebimento e tem direito a dez bolsas por mês, além do acompanhamento de uma equipe especializada através do CRI (Centro de Reabilitacao). No entanto o paciente não compareceu no último mês para a retirada das bolsas e não enviou familiares".

Alexandre Beveluto afirmou que não tinha dinheiro para buscar as bolsas.

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