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Cigarro eletrônico

Pesquisa descobre droga estimulante em cigarros eletrônicos; saiba os perigos

Investigadores encontram composto semelhante à anfetamina em cigarros eletrônicos que, apesar de ilegais, continuam populares

Imagem ilustrativa - Imagem: Reprodução / Freepik
Imagem ilustrativa - Imagem: Reprodução / Freepik

Sabrina Oliveira Publicado em 15/08/2024, às 12h58


Uma nova e preocupante descoberta está chamando a atenção das autoridades de saúde e dos especialistas em segurança no Brasil. Um estudo recente revelou a presença de uma substância química similar à anfetamina em cigarros eletrônicos ilegais, popularmente conhecidos como "vapes", vendidos em várias regiões do país.

Os cigarros eletrônicos, que têm se tornado cada vez mais populares, especialmente entre os jovens, são frequentemente promovidos como uma alternativa "mais segura" ao tabagismo tradicional. No entanto, a descoberta dessa substância não identificada nos dispositivos aponta para um risco potencialmente maior do que se pensava.

De acordo com a investigação, conduzida por uma equipe de cientistas de uma renomada universidade brasileira, amostras de vapes apreendidos em operações recentes foram analisadas em laboratório. O que eles encontraram foi alarmante: um composto químico que compartilha propriedades com a anfetamina, uma droga conhecida por seus efeitos estimulantes poderosos e potencial para causar dependência severa.

Essa substância é preocupante porque pode amplificar os efeitos do cigarro eletrônico, tornando-o ainda mais viciante do que já é. Além disso, estamos falando de um composto que, até o momento, não havia sido reportado em dispositivos de vaping, o que levanta muitas questões sobre a segurança e a origem desses produtos", afirma o Dr. Ricardo Ferreira, toxicologista e líder da pesquisa.

A presença dessa substância misteriosa levanta uma série de preocupações, especialmente sobre a falta de regulamentação e controle de qualidade nos produtos vendidos no mercado clandestino. Muitos desses dispositivos são importados de maneira ilegal e não passam por qualquer tipo de inspeção sanitária, o que os torna ainda mais perigosos para os consumidores.

As autoridades brasileiras já estão em alerta máximo. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que intensificará as operações de fiscalização e controle sobre a venda desses dispositivos, visando proteger a saúde pública. "Estamos diante de uma situação que exige medidas rápidas e eficazes. Não podemos permitir que esses produtos continuem circulando no mercado, colocando em risco a vida de milhares de pessoas", declarou um porta-voz da Anvisa.

Especialistas em saúde pública também estão preocupados com o impacto dessa descoberta na juventude brasileira. Pesquisas anteriores já indicavam um aumento significativo no uso de vapes entre adolescentes, e a presença dessa nova substância pode agravar ainda mais a situação.

Precisamos de campanhas de conscientização que mostrem os riscos reais do uso de cigarros eletrônicos, especialmente aqueles adquiridos no mercado ilegal. Os jovens precisam entender que esses dispositivos não são inofensivos, e que os perigos vão muito além do que eles podem imaginar", sugere a Dra. Mariana Lima, psicóloga especializada em dependência química.
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