Comer chocolate é uma delícia, mas há quem não consiga parar de comer o alimento mesmo após ter atingido a saciedade. De acordo com especialistas, o consumo
Redação Publicado em 31/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h08
Comer chocolate é uma delícia, mas há quem não consiga parar de comer o alimento mesmo após ter atingido a saciedade. De acordo com especialistas, o consumo exagerado do alimento seguido da sensação de constrangimento ou culpa pode estar associado à compulsão alimentar, um distúrbio alimentar em que as pessoas comem mesmo sem estar com fome ou desejo.
“Da mesma forma que existe o alcoólatra, que é viciado em álcool, existe o viciado em chocolate, que é chamado de chocólatra”, explica o psiquiatra Arthur Kaufman, que coordenou uma pesquisa sobre compulsão por chocolate envolvendo 73 voluntários. A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo Kaufman o chocolate era chamado inicialmente de ‘o alimento dos deuses’, devido ao seu alto potencial energético e sabor atrativo.
“O chocolate possui elementos que o tornam saborosos, como as metilxantinas, os canabinóides e as aminas, moléculas com alto poder de estimulação do sistema nervoso. Essas substâncias estimulantes também são encontradas no café, no chá, no guaraná e no cacau”, explica Kaufman.
O endocrinologista Francisco Tostes vai além e ressalta que, para o paladar humano, todo alimento que mistura carboidrato com gordura desenvolve um gosto muito atrativo. Além disso, no caso do chocolate há um outro fator que contribui para o seu favoritismo: a memória afetiva.
“Desde pequeno nós associamos o chocolate a situações de prazer, de alegria. Isso vai criando em todos nós desde criança uma memória afetiva positiva em relação ao chocolate,”, explica Tostes.
Tostes explica que o tratamento para compulsão alimentar deve estar associado à reeducação alimentar, onde o indivíduo irá substituir alguns alimentos e priorizar outros, como grãos, cereais, proteínas de boa qualidade e carboidratos complexos.
“A psicoterapia também é muito importante no tratamento da compulsão alimentar, assim como a terapia cognitiva comportamental, que ajuda a desarmar alguns dos gatilhos e, quando necessário, há também tratamentos medicamentos”, explica Tostes.
De acordo com os especialistas, não há problema em consumir chocolate eventualmente. O problema está nas grandes quantidades de açúcar contidas entre os ingredientes do chocolate.
Por isso, os especialistas recomendam o consumo do chocolate meio amargo com maior percentual de cacau em detrimento da versão ao leite, possui mais gordura e açúcar, ou do chocolate branco, que é feito a partir da gordura hidrogenada extraído da manteiga de cacau.
Ao ingerir o chocolate amargo, o consumidor tem uma maior chance de tirar proveito das propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes do cacau, que é rico em vitaminas do complexo B e minerais, como o magnésio e potássio.
“Quer comer chocolate todo dia? Não tem problema, desde que limitado a 30g por dia. Caso você eventualmente ‘pise na jaca’, amanhã você se recupera. Não morra de culpa. Coma com juízo”
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Fontes: G1 – Globo.
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